Você não escolhe o momento, é o momento que escolhe você.
Queria só viver em paz, sem ter que correr, sem ver o mundo ruir antes
mesmo de crescer. Mas a cidade me escolheu. Ou melhor, o sistema
resolveu me caçar.
No começo eu fugi. Depois, resisti. Mas o que me salvou
mesmo foi olhar para trás. Foi reencontrar, na água, na mata, nos olhos
de Aroyê e na coragem de Nia, um abraço que não pedia explicação.
Uberlândia não é mais a mesma. Porque agora eu também não
sou. A cidade que tentou me apagar virou o solo onde plantei minha
história. E mesmo que tentem de novo, irei renascer de novo.
Porque o amanhã é nosso. E já começou.