A noite havia caído, mas ainda não era hora de Alfredo viajar. Precisávamos esperar até que todos estivessem dormindo para que ele pudesse partir em segurança.

Ajudei-o a arrumar suas roupas, em silêncio. De repente, ele me olhou com apreensão.

— Heitor, você tem certeza de que isso vai dar certo? — perguntou.

— A partir de agora, para Arthur, você estará morto — respondi com firmeza.

As horas passaram rapidamente. No momento da despedida, Alfredo me abraçou com força.

— Meu amigo… nos veremos em breve.

Retribuí o abraço, sentindo o peso da responsabilidade sobre meus ombros. Então, Alfredo partiu rumo ao reino dos meus tios, levado por um dos meus guardas.

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Uma semana depois, Henrique — meu fiel escudeiro — retornou. Ele sempre foi leal à minha família, desde que perdemos a batalha.

— Meu rei — disse ele, ajoelhando-se —seu amigo foi entregue em segurança ao destino dele.

— Muito obrigado, Henrique — respondi, aliviado.

Henrique ergueu a cabeça e acrescentou:

— Amanhã cedo, nosso infiltrado se tornará o novo morador do reino de Arthur.

— Pelo nosso reino, meu rei — afirmou ele com convicção.

Olhei-o nos olhos e declarei:

— Eu quero justiça contra aquele reizinho bastardo de araque.

— Não é só o senhor que deseja justiça — respondeu Henrique. — Essa justiça é por todos que ele matou.

— Exatamente, meu fiel escudeiro. Se o plano der certo, Arthur terá o pior fim que poderia imaginar. Então voltaremos a ser um reino de paz.

Ergui a voz, como quem proclamava uma promessa:

— Escreve aí, Henrique: Arthur não reinará mais aquele reino. Teremos um novo rei, o legítimo. Não viveremos mais com medo de nada.

Henrique assentiu, firme.

— E só buscaremos Alfredo quando Arthur estiver preso — continuei. — Alfredo me contou o nome de uma velha fofoqueira daquele reino. Nosso plano começará por ela.

— O infiltrado já foi instruído — confirmou Henrique.

Suspirei fundo. O dia chegava ao fim, mas meu coração batia acelerado.

Arthur, seu fim está mais perto do que você imagina.

Por vocês, mostrarei a verdade. E todos verão a justiça acontecer.