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brunob612

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Ativo

Selo L1

Signo no Universo em Órbita:

Enigmístico

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Broquel

Linhas afiadas
de quem anda
em semicírculo

me protejo
em partes
mas não sei
de que ameaça

o amuleto
me traz ímpeto
e deságuo
em silêncio

inspirado em "Escudos", música de Maria Gadú

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Subterfúgio

A verdade pousa
e pesa
sobre teu ego
tua alma se molha

incessante
o relógio te cobra
mas ele é incapaz
de fazer versos

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Mártir

Incólume, quase inútil
desvio de flechas
e de verdades

me calo
repito o que já fiz
preso em silêncios
e ritmos

a eterna
cadência
do anjo azul

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Imantado

Poeta carente
sem nexo
humilhado
pelo próprio desejo

admira de longe
imagina
a boca vermelha
malícia

mas nunca
consegue
o contato real

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Amiúde

Poeta fugaz
que tenta
se decifrar

respira
e encara
seu caos

olha para trás
e tira
sua máscara
enferrujada

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Eixo

Sem ânimo
o movimento para
a voz escapa
o semblante decai

Orfeu segue
explorando
o submundo

quase mudo
mas sempre
poeta

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Tradução

Transcrito
em pedaços de alma
o verso puro

transcende
a carne
e forma âmago

longe do amargor
da agitação
o poema

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Recreação

Insiste, poeta
recicla silêncios
em versos ásperos

abraça
o que te torna vivo
e sorri
pra si mesmo

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Simbologia

Sigo os #sinais
pois versos fiéis
descrevem
o porvir

em silêncio
o poeta
decide o agora

sinalizando
a própria
vitória

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Celulose

Todo dia se plantam
sementes de poeta
poucas crescem
dessas, muitas mudas
seguem cegas

sem saber o poder
e o veneno que têm
quase sem frutos,
mas com boa fibra

folhas brilhantes
como ouro
e a seiva mais cristalina

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Catarse

Cataclismo, verso
canta o cantador
caçador de feras feridas
cansado eternamente
catalizador, quase califa

calibra a mira
calmamente acerta uma
cristalina
cauda de uma rima

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Pensando em começar a escrever um livro

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Queimo

Entre as notas
e lástimas
sobreviventes
e últimas palavras

sinto
estremecer o âmago
a alma implorando
por mais um gole
de poesia

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Tangram

Quantos fragmentos
formam um poeta?

um caco de memória
a ponta de uma flecha
a guarda de uma espada

ops, ainda falta
talvez umas duas
ou três lágrimas

- Bruno dos S. Barboza

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Modelo do Capcut feito com meu poema Evoé pra vocês!

https://www.capcut.com/t/ZmFg7W4fu/

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Literunico me pergunta no dia 2 do nosso Desafio de 365 dias:
Qual livro que mais odiou?
Teve relação com algum momento que viveu?

Estudando sobre a ditadura militar, ocasionalmente me deparei com "Rompendo o Silêncio", de Carlos Alberto Brilhante Ustra (sim, aquele mesmo citado por Bolsonaro). A forma mordaz, sínica e patética como esse infame moço tenta defender a si e á ditadura no livro me chamou muita atenção. Não gostaria de falar de política aqui, mas realmente não tem um livro que eu odeie mais do que esse, Ustra apela pra um tipo de mentira já bem conhecido: o que tem trechos de verdade, descrevendo com ênfase os crimes dos guerrilheiros, mas nunca os conhecidos massacres dos militarez. É um livro para se passar bem longe, a não ser que seja pesquisador da área

brunob612
brunob612 @brunob612

#desafio 365 dias

Dia 01 - 1 - Qual seu livro preferido dentre todos (sem ser seu)?

É uma pergunta deveras complexa, muitos são os livros que me mudaram e me tornaram em poeta. Vou de Capitães da Areia, do grandioso Jorge Amado, um livro que reflete as infinitas nuances da sociedade não só baiana, como brasileira como um todo. Um grupo de garotos, moradores de um trapiche abandonado, que cometem crimes para sobreviver sempre correndo o risco de parar no reformatório (o que efetivamente ocorre numa parte da história). Jorge Amado revela uma verdade nua e crua, nos choca e nos cativa com esses garotos

brunob612
brunob612 @brunob612

O #desafio do Literunico me sugere hoje que:
3 - Conte para nós sobre um livro que você já leu mais de uma vez ou especificamente o livro que você já leu mais vezes. O que te motivou?

As Aventuras de Tom Sawyer é um livro que encantou o jovem Bruno de 13 anos. A inteligência teimosa de Tom, o preconceito sofrido por Huck e toda a construção de cenário da cidadezinha onde a história se passa, foram sempre mote das reflexões solitárias que um dia me tornaram poeta. Samuel Clemens segue sendo um autor lendário (e seu pseudônimo, tão lendário quanto) ainda nos dias de hoje, e já me aventurei por outras intrigantes obras de sua autoria

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Retrato dos Entusiasmados

Poeta, se recusa
a ser pateta
e vê bem mais
que os loucos

de sorriso no rosto
e devaneio certo
ou jeito maluquinho
e cara de bobo

vive e voa em versos
atravessa os mapas
e procura os segredos
de um mundo escondido

- Bruno dos S. Barboza

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brunob612 @brunob612

#desafiodeescrita @literunico

Os poetas seguem
abrindo os caminhos
seus sussurros ecoam, divinos
apesar de todo o desnecessário barulho
observam, com calma, o sorriso do silêncio
repousando em sinceros devaneios
suportando a solitária arrogância do sol
que insiste em atrapalhar nossa visão
sendo sóis, brilhando em si e para os outros
mesmo para os que não notam esse brilho todo
cegos pelas aparências e pela doença, da falta de imaginação.
Os poetas seguem, alguns até escondidos, em trajes de gari, uniformes de estudante, e a plena vista de todos (que é a melhor forma de se esconder). Os poetas sangram poesia, e desse sangue escorrem verdades - mesmo os maiores fingidores precisam da verdade para conhecer a verossemelhança, para saberem dizer o necessário, o lúdico e o imaginário - por mais que digam que essa gente não faz nada, que sempre vivam na corda bamba entre o desprezo e a idolatria, e por mais que a idolatria só venha aos famosos - nós, poetas seguimos. Antes de todos, nós

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Hodiernamente

O quase silêncio
rabisca sorrisos
na boca dos calmos

a coruja brilhante
espia da prateleira
enquanto se escuta
um CD antigo

as luzes da rua
seguem no horizonte
dos que se distraem

- Bruno dos S. Barboza

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Procrastinação

Versado em inícios
porque os fins assustam
- não mais que os meios,
não é? -

pela metade, as coisas
seguem quase vivas
rindo de ti pela janela
de vidro, semiaberta

as goteiras fazem
respingar silêncios...

- Bruno dos S. Barboza

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Esfinge

Ave humana
lampejo vivo
o poeta
verso puro

espelho
incompreensível
raro, nunca rarefeito
poema

- Bruno dos S. Barboza

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Unificação

Ora, quão raros
os que presenciaram
um amor duradouro

sorria
se todo verso ecoa
seus louros
e reluz sua virtude

se mesmo no silêncio
você sabe o apreço
e o valor
desse pequeno infinito

- Bruno dos S. Barboza

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Evoé

Desfiro frases
com calma
quando
a poesia pulsa
em meu peito

voe, verso
ecoe no vazio
e no caos
das mentes

- Bruno dos S. Barboza