O clima fica cada vez mais descontraÃdo, ao som de um grupo de MPB, todos estão muito à vontade e comemorando, foi um dia produtivo para a empresa e inesperado para mim. Converso com alguns colegas de trabalho quando Leandro vem falar comigo….
— Boa noite Srta. Suzana, gostando do jantar?
— Boa noite Sr. Leandro, perfeitamente, está tudo muito agradável — encosto no balcão e digo em tom mais baixo: — Porém, estou ansiosa pela sobremesa.
Ele me olha com maldade e eu correspondo de imediato, nos afastamos discretamente do grupo para não descobrirem nossa aproximação inadequada. Ficamos alguns segundos trocando olhares misteriosos e provocantes, sorrio e digo baixinho:
— Espere por mim naquela escadaria, ao lado esquerdo do elevador, por favor.
— Está em manutenção.
— Eu sei. Chegarei em cinco minutos.
Ele fica surpreso com a minha proposta ousada, sorri e vai me esperar onde pedi. Ao lado do elevador fica a escada que dá acesso aos andares superiores, está desativada para manutenção, é o cenário perfeito para uma aventura proibida. Finjo atender o celular e sigo em direção a escada.
Chego ao nosso refúgio secreto para mais um encontro proibido longe dos olhares curiosos e julgamentos alheios. Logo nos olhamos com cumplicidade, os sorrisos misturados com uma pitada de ansiedade e excitação. A quÃmica entre nós está cada vez mais elevada e a adrenalina de um encontro clandestino torna tudo muito mais intenso.
Leandro segura minha mão e me puxa para mais perto dele, sorrio ao sentir o calor marcante do seu toque e o aroma familiar do seu perfume. Nosso beijo tem a urgência que só os amores secretos conhecem, onde o tempo corrido é o maior inimigo. Interrompo o beijo, seguro em sua mão e começamos a subir alguns degraus. Chegando ao primeiro andar paramos e começamos a nos beijar outra vez, Leandro como sempre está muito faminto e voraz.
O beijo se intensifica rápido, o som abafado dos nossos suspiros se mistura com o zumbido distante dos elevadores subindo e descendo. Meu coração bate acelerado, não apenas pelo beijo quente, mas também pelo medo de sermos descobertos, pela possibilidade que nosso segredo seja revelado a qualquer momento.
Antes que ele possa reagir, desço dois degraus, me abaixo em sua frente, abro o botão da sua calça jeans e puxo o zÃper…roço suavemente as unhas, ele se arrepia.
— Tenho uma dÃvida pra pagar, não é mesmo?
Olho para ele mordendo os lábios e puxo sua calça, paro admirando aquela bela paisagem…Leandro tem uma linda tatuagem na virilha, está usando uma cueca box branca e está bastante excitado. Sem hesitar, agarro seu pênis e acaricio por cima do tecido macio de algodão. Desço mais a calça, passo as unhas por suas pernas torneadas, ele fecha os olhos e morde os lábios em deleite. Sei que ele quer mais, e eu quero muito mais.
Mordo essa delÃcia por cima da cueca, Leandro solta um gemido e agarra meus cabelos. Continuo mordendo suavemente e acariciando suas coxas, estou tão molhada. Sinto cada centÃmetro da minha buceta pulsar e implorar por ele aqui dentro.
Abaixo sua cueca e tenho todo aquele monumento sexual só para mim. Agarro firme e passo a lÃngua algumas vezes subindo e descendo por todo seu membro, que cresce mais com o meu toque, Leandro geme outra vez…
Engulo essa delÃcia quente, com movimentos moderados, seu sabor invade minha boca. Ele puxa meus cabelos e enfia o dedo médio na minha boca, chupo-o no mesmo ritmo em que masturbo seu delicioso membro, depois volto a agradá-lo com a boca, sugando-o avidamente.
Nossa que delÃcia, como é quente, firme e grosso, me lambuzo a cada centÃmetro! Aumento a velocidade e vejo meu homem entorpecer de tesão, chupo-o cada vez mais forte, ele agarra novamente meus cabelos e diz: – Isso minha puta! Não para! Não para! Vou gozar…
Leandro explode na minha boca num gozo pleno e delicioso que eu saboreio maravilhada. Ele me puxa e me dá um beijo ardente, me apertando e levantando meu vestido, aperta minha bunda com força e começa a me masturbar.
Ai que delÃcia! Estou encharcada e queimando de tesão, ele enfia dois dedos em mim que gemo de satisfação. Antes que ele possa continuar, me afasto, pego em sua mão e seguimos subindo os degraus, trocamos carÃcias e provocações até chegarmos ao segundo andar. Leandro não espera minha atitude e já levanta meu vestido, para por um instante, avalia a lingerie que estou usando e pergunta:
— Não gostou do presente que te enviei?
— Na verdade nem tive tempo de abrir a caixa. Não gostou da minha lingerie?
— Está perfeita! Sensual, provocante e gostosa! Tenho certeza que você escolheu pensando em mim, sua safada. Pensando em como vou arrancá-la do seu corpo e te devorar.
Ele me pega no colo, me coloca de pernas abertas dois degraus acima dele, se abaixa e tira meus sapatos um de cada vez, dá aquele seu sorriso perfeito e cafajeste e diz:
— Vou te foder gostoso nessa escada, minha cachorra.
Cada palavra dele reflete como eletricidade no meu corpo, cada parte de mim deseja desesperadamente que ele me devore. Fico ansiosa por seu toque pervertido e suas carÃcias maliciosas.
Leandro acaricia minhas pernas bem devagar, olha pra mim e lambe os lábios, como uma fera pronta para atacar sua presa. Ele tira minha meia calça e começa beijando meu pé direito, é o ponto inicial da sua sessão perfeita de sexo oral.
Ele continua suas carÃcias distribuindo beijos molhados e lambidas, subindo do meu pé até a minha coxa. Parando perto da minha virilha, dá uma mordida suave me provocando e me lambe bem devagar por cima da calcinha, é de perder o fôlego.
Quando penso que ele finalmente vai tirar minha calcinha e sentirei sua lÃngua em mim, ele recomeça a tortura, agora do outro lado. Começando novamente pelo meu pé, Leandro me masturba circulando o polegar contra meu clitóris, gemo e imploro por mais.
Estou explodindo de tesão e o safado continua a me provocar lentamente, meu corpo inteiro arde e estremece a cada movimento. Ele volta a lamber por cima da minha calcinha, se diverte com meu desespero e aumenta a provocação. Em resposta, agarro seus cabelos segurando sua boca em mim, ele se afasta, sorri e diz:
— Quero que se masturbe pra mim, minha gostosa! Quero ver como você se dá prazer.
Fico surpresa com o pedido inesperado, mesmo sabendo que com ele é tudo assim mesmo, imprevisÃvel e é exatamente isso que deixa tudo tão excitante. Claro que eu prefiro que ele me toque, porém obedeço sem hesitar.
Puxo minha calcinha de lado e começo a me tocar olhando para ele, que aprecia a cena maravilhado e pede que eu continue. Quando estou quase no auge ele me interrompe, rasgando minha calcinha e me chupando intensamente. Estou inebriada de tesão e desejo, não existe “droga†mais perigosa e perfeita que este homem.
Ele explora cada centÃmetro com muito desejo e maestria, cada toque da sua lÃngua é delirante e todo meu corpo responde ardendo de tesão. Agarro seus cabelos e me contorço em sua boca deliciosa, ele não tira a boca de mim e me invade várias vezes com a lÃngua. Ele acelera os movimentos e eu transbordo de prazer num orgasmo intenso, gemendo e chamando seu nome.
Meu diretor safado puxa meu corpo abraçando com força, sinto todo meu corpo pesar, como quem levou uma surra. Temos uma quÃmica muito forte, nossa atração é fora do normal, tudo o que fazemos é muito intenso, quente e avassalador.
— Pronto minha gostosa, carinho oral retribuÃdo à altura. Vamos continuar a subir a escada ou você prefere trepar aqui mesmo?
— Muito bem, gosto de servir e ser bem servida!
Continuamos aqui, mas ele não deixa eu controlar a brincadeira, agarra meus cabelos com força, puxando-me para cima de si e diz:
— Vem cá minha safada! Minha puta! Minha cachorra!
Eu me delicio com seus palavrões, tudo em mim é desejo e excitação. Adoro homem escroto na hora certa e quanto mais ele me xinga, com mais tesão eu fico. Ele me vira de costas e me penetra fundo e com força, me possuindo vigorosamente com movimentos fortes e rudes.
Deliro de tesão a cada ato seu, rebolando e gemendo intensamente. Ele me penetra, ao mesmo tempo que masturba, morde minha orelha e volta a me xingar me apertando com força na cintura, a sensação é inexplicável, embriagadora e eu gozo extasiada.
Apoio as duas mãos no degrau e ele penetra mais forte, cobre a minha boca com a mão, para impedir que todos ouçam meus gemidos e de maneira imprevisÃvel diminui a frequência.
Leandro alisa minhas costas e a minha bunda, numa carÃcia relaxante enquanto me penetra devagar, interrompe a penetração e sem pressa me dá um “beijo gregoâ€, meu corpo agradece a saborosa surpresa.
Ainda busco controlar a respiração e relaxar o corpo, quando subitamente ele puxa meu cabelo, dá um tapa pesado na minha bunda e volta a me penetrar vigorosamente, metendo fundo e rápido. Meu corpo se contorce com o susto, ele me aperta com força num abraço firme, deitamos no chão e ele explode em mais um gozo arrebatador.
Somos apreciadores da “periculofilia†e cada ato de luxúria é alucinante, entorpecedor e carregado de adrenalina. Leandro é um tarado incorrigÃvel, um homem insaciável e eu sou uma safada, atrevida, viciada em sexo. Nossa relação é despudorada, proibida e muito obscena.
Depois de uma breve pausa, ele senta nos degraus e me coloca de costas em seu colo, estou novamente no comando. Subo e desço com movimentos moderados, rebolando e me esfregando em seu corpo. Ele corresponde me apertando forte nas coxas e sussurrando em meu ouvido palavras que me deixam muito mais excitada.
O safado me provoca puxando meu cabelo de lado e com sua boca molhada, vai mordiscando minha nuca e descendo por minhas costas, eu vibro de tesão rebolando mais e mais. Acelero os movimentos enlouquecida de desejo, ele aperta meus seios e novamente contemplamos mais um gozo intenso.
Estamos recuperando o fôlego, quando de repente, ouvimos um som diferente, que não pertence a habitual movimentação do hotel. Passos. Passos que ecoam pelas escadas, interrompendo nosso momento como um balde de água fria.
Não há tempo para pensar em nada. Sem trocar palavras, nos afastamos rapidamente, nossos olhares expressando a urgência do momento. Os passos se aproximam, ritmados, a pessoa parece estar a apenas alguns lances de escada de distância. Ajeitamos nossas roupas, ele enfia a meia calça e o que sobrou da minha calcinha no bolso, pego meu par de Scarpin e partimos em fuga.
Subimos os degraus com pressa, mas em silêncio, nossos corações batendo mais rápido a cada movimento. O som dos passos está cada vez mais próximo, parece que a pessoa corre pelos degraus e podemos sentir a adrenalina pulsando em nossas veias. A sensação é de que a qualquer instante seremos descobertos.
Vejo um filme passar na minha mente, os anos de estudo e empenho para crescer na carreira, os prêmios conquistados, o reconhecimento profissional, a realização pessoal. Tudo se esvaindo escada abaixo. (Também né, Suzana? Tanto homem no mundo, tinha que se envolver com o diretor da empresa? E não poderiam ao menos marcar um encontro em um local seguro? Tinha que ser aqui, com todos os colegas de trabalho a poucos metros de vocês?).O autossermão não funciona para me acalmar e continuo tão nervosa quanto antes.
Chegamos ao terceiro andar, entretanto a porta que dá acesso ao corredor está trancada. Que inferno, só nos resta continuar subindo. Alguns degraus acima, achamos um esconderijo temporário onde a escada faz uma curva. Encostados na parede, tentamos controlar a respiração ofegante.
Olho pro Leandro, nossos olhos refletindo a mesma mistura de medo e excitação. Os passos param, e o silêncio que se segue é muito perturbador. O tempo parece ter parado, cada segundo se arrastando como uma eternidade. Nossos olhares se cruzam novamente, cientes de que a fuga foi por um triz, mas que o perigo ainda não passou.
Com o máximo de cuidado, Leandro espia por entre a escada, tentando identificar a pessoa que nos segue. Seguro a respiração, cada célula do meu corpo está tensa, sinto que posso desmaiar a qualquer momento. Após alguns segundos que pareceram horas, ele vira pra mim e balança a cabeça, indicando que o caminho está livre.
Sem hesitar, continuamos a subir, precisamos encontrar uma saÃda, antes que a situação se complique mais. O risco de sermos descobertos é muito real, porém isso só torna tudo mais emocionante. O perigo alimenta o fogo de um romance que, por enquanto, ainda pertence apenas a nós.
Enquanto subimos os degraus com cuidado, cada passo parece mais pesado que o anterior. O corredor à frente é estreito, iluminado apenas pelas luzes de emergência que piscam ocasionalmente. A tensão no ar é palpável, e sabemos que precisamos encontrar um lugar seguro antes que o perseguidor nos alcance.
Leandro olha para trás a cada poucos passos, certificando-se de que não estamos sendo seguidos, enquanto eu luto para controlar a respiração, que teima em sair entrecortada e ruidosa. A cada segundo, me arrependo por ter sugerido essa loucura. Teria sido mais fácil reservar um quarto, ou ter ido ao quarto dele. (Bem feito, agora tá passando mal e correndo o risco ser demitida e exposta, tudo por querer bancar a jovem aventureira).
Já subimos tanto, que nem sei mais em qual andar estamos. Preciso descansar por alguns minutos, não consigo subir outro degrau, ou sairei daqui na ambulância. Finalmente, avistamos uma pequena porta de serviço ao lado da escadaria, marcada apenas por uma placa desgastada que mal dá para ler.
Leandro empurra a porta com força, e ela cede com um rangido baixo, revelando uma sala de manutenção escura e desordenada. O cheiro de produtos de limpeza mistura-se com o ar abafado, porém este é o esconderijo perfeito.
Entramos rapidamente, fechando a porta atrás de nós, e nos vemos cercados por prateleiras cheias de materiais de limpeza e equipamentos diversos. O lugar é apertado, porém seguro. Encosto-me contra a parede, tentando recuperar o fôlego, minhas pernas estão tremendo. Leandro se aproxima, seus olhos brilhando na penumbra.
— O que vamos fazer agora? — sussurro, minha voz mal audÃvel.
Leandro abaixa a cabeça e pensa por um momento, avaliando a situação.
— Voltar para o corredor principal agora será arriscado demais. Podem estar à espreita, esperando o momento certo para nos pegar. Precisamos de um plano.
— Não tenho condições de raciocinar, nunca fiquei tão nervosa. — Minha voz trêmula só confirma meu estado.
Ainda estou ofegante e suando frio, meu coração está disparado. Juro que se eu sair dessa confusão, nunca mais vou me expor a algo desse tipo.
— Tenta se acalmar, vamos esperar um pouco. A pessoa pensará que fomos pra outro andar. Então, poderemos sair daqui em segurança e com calma.
O tempo parece se arrastar novamente, cada segundo se transformando em uma eternidade. Permanecemos em silêncio, os ouvidos atentos a qualquer som que venha do lado de fora. Do outro lado da porta, os passos recomeçam, contudo desta vez parecem mais hesitantes, tal como estivessem nos procurando, na incerteza de qual caminho seguir.
Trocamos um olhar significativo, compartilhando a mesma apreensão. Não haverá para onde correr se formos descobertos aqui. O som dos passos diminui, creio que o perseguidor tenha descido alguns lances de escada, talvez pensando que escapamos para um dos andares inferiores. Leandro se inclina para perto de mim, seu rosto a poucos centÃmetros do meu.
— Acho que está indo embora — sussurra, seus lábios quase tocando os meus.
No ar, um alÃvio misturado com a adrenalina, e um perigo latente que ainda não foi superado por completo. Olho pra ele sentindo a mesma mistura de emoções. Não é apenas o medo de sermos pegos, tem a excitação de estarmos juntos, contra todas as probabilidades, escondidos neste pequeno espaço onde o mundo lá fora parece não existir.
Os passos finalmente se distanciam e o silêncio volta a reinar. Leandro se afasta de mim ligeiramente, ainda atento a qualquer som, e um sorriso de alÃvio começa a se formar em seus lábios.
— Devemos tentar sair — ele diz em sussurro, mas suas mãos não soltam as minhas.
Existe algo neste esconderijo, na clandestinidade da situação, que nos mantêm presos um ao outro. Concordo, porém em vez de me afastar, me aproximo cada vez mais. Meus lábios roçam suavemente o pescoço dele, preciso prolongar este instante de segurança, mesmo sabendo que a realidade está à espreita, do outro lado da porta.
Leandro suspira, sentindo o calor e a doçura do toque em sua pele. Sabemos que não devemos continuar, pois estamos à beira de um perigo real, porém não conseguimos resistir à tentação.
— Só mais um minuto, então. — Ele murmura, sua voz carregada de um desejo contido, de uma necessidade quase desesperada de manter este momento vivo.
Ele me puxa para mais perto, seus lábios encontrando os meus. Um beijo que mistura urgência e ternura, com a sensação de que cada segundo pode ser o último. O beijo se intensifica, e por um breve momento, esquecemos onde estamos, quem somos, e porque precisamos nos esconder. Só existe o calor dos corpos, o som da respiração compartilhada e o desejo que nos consome.
Porém, como tudo que é intenso demais logo chega ao fim, esse momento não poderia durar. Um barulho vindo do corredor do lado de fora da sala, nos separa abruptamente. Nossos corações pulam no peito, tal qual fôssemos apanhados em flagrante. Estamos assustados, a adrenalina volta a subir.
— Precisamos sair daqui agora — diz ele, dessa vez com mais convicção.
Concordo imediatamente, e o peso da temida realidade começa a cair sobre mim. A situação está perigosa demais, arriscada demais. Temos que ser cuidadosos.
Com um último olhar, Leandro abre a porta da sala de manutenção com cautela, espiando o corredor que agora está vazio e silencioso, porém carregado com a promessa de perigo.
SaÃmos da sala com passos cuidadosos, o ambiente do hotel voltando a parecer hostil, cheio de cantos escuros e possÃveis ameaças. Caminhamos de mãos dadas, contudo desta vez sem o toque carinhoso de antes. Agora, é um aperto firme de quem sabe que precisa ser rápido, que precisa escapar.
Seguimos por um corredor a esquerda da sala, nossos passos sincronizados com o medo que pulsa freneticamente. O corredor parece se alongar, como um caminho fosse interminável. A esperança surge quando finalmente avistamos uma saÃda lateral, que leva ao elevador, estamos no sexto andar. Volto a suar frio, temendo que o perseguidor esteja aà dentro, minhas pernas tremem e sinto outra vez que posso desmaiar a qualquer instante.
Aperto o botão e sou invadida por um sentimento que mistura alÃvio e pavor. Estaremos arruinados se o elevador trouxer uma companhia indesejada. Longos segundos depois, o elevador chega… Está vazio.
— Desça Suzana, volte pro restaurante, irei depois.
A porta se fecha nos separando, aproveito para me examinar no espelho, estou toda descabelada, suada, com o vestido amassado e a maquiagem borrada. Estou toda descabelada e bagunçada, em poucos instantes a porta do elevador se abre novamente, estou de volta ao térreo, a poucos passos do restaurante.
Preciso ir ao banheiro primeiro e me recompor, não posso voltar ao restaurante desse jeito, não poderia explicar meu estado deplorável. Por sorte o banheiro está vazio, tranco a porta e agradeço a mim por sempre ter na bolsa um kit básico de sobrevivência.
Abro a nécessaire e coloco sobre a pia o lenço umedecido, o desodorante, o pente, meu perfume e a maquiagem. Alguns minutos depois, consigo ficar minimamente apresentável, não posso mais hesitar, tenho que encarar a realidade.
Ao me aproximar da mesa, já encontro meu chefe que me encara intrigado. E antes que eu possa me acomodar numa cadeira, sou bombardeada com várias perguntas.
— Suzana, onde estava? O que aconteceu? Sumiu de repente, te procurei e não achei — questiona Ricardo.
— Saà pra atender uma ligação de famÃlia, meu celular descarregou e precisei subir ao meu quarto, pra usar o carregador.
— Entendo. Mas tá tudo bem? Parece nervosa.
— Sim, tudo ótimo. — As mentiras saem com naturalidade.
— Suzana! Está de volta! — Débora chega para me encher de perguntas também.
— Voltei, Débora. Estava no quarto. — Pego meu celular na tentativa de encerrar o assunto, porém é inútil.
— Que coincidência, acabei de vir de lá. Quase nos encontramos então.
— Pois é, quase.
Que inferno! Será que era ela quem nos perseguia? Ou o Ricardo? Peço uma água ao garçom, puxo uma cadeira e sento antes que eu caia aqui na frente de todos, minhas pernas ainda tremem e minha garganta está queimando.
Ao descansar meu corpo na cadeira, lembro que estou sem calcinha. Finalmente pude viver o clichê dos livros eróticos, e tive minha calcinha rasgada.
— Onde estão suas meias? — Débora insiste no interrogatório.
— O que? — pergunto confusa.
— Você estava usando meia calça quando se arrumou. Até elogiei e perguntei onde comprou, e você me recomendou a loja.
— Ah, sim. Deixei no quarto, o tecido estava me pinicando muito. Não compre, são péssimas!
Que inferno de garota curiosa. Não sei se manterei a paciência, se ela me fizer outra pergunta. Alguns colegas, já bem animados, se juntam a nós e o assunto sobre o meu sumiço repentino é finalmente encerrado.
Continuo tensa e atenta, desconfio de todos ao meu redor, qualquer um aqui pode ter me perseguido nas escadas. Será que descobriram meu romance secreto? Qual será a intenção?
Cerca de quinze minutos se passam e o Leandro está volta. Logo que me vê ele sorri discretamente, não correspondo e disfarço mexendo no celular. Não quero que ele se aproxime agora, não sei se ainda possuo conteúdo no meu repertório de fingimentos e mentiras. Ele pega o celular e me manda uma mensagem.
Leandro
[Amei nossa aventura e de quebra ganhei um brinde. Vou guardar sua calcinha pra sempre.] 23:50
Tento reprimir o sorriso e respondo:
[Ainda estou digerindo essa loucura. Também amei, apesar dos sustos.]23:51
Alguns instantes depois, ele recebe um bilhete do garçom, observo atenta e percebo seu rosto enrijecendo a medida que ele lê o conteúdo. Seja lá o que estiver escrito, deixou ele bem irritado. Leandro amassa o papel, guarda no bolso, bate na mesa e sai apressado em direção ao corredor que dá acesso as salas de reunião.
Não tenho como segui-lo sem chamar a atenção, mas preciso saber o que está acontecendo. Levanto e me aproximo de um grupo de colegas, faço a simpática e finjo prestar atenção em uma conversa aleatória. Circulo discretamente entre as pessoas e busco ao máximo achar uma posição que me permita ver onde ele está.
Não demora muito até que eu o encontre. Leandro está de costas no corredor e gesticula nervoso, não consigo ver com quem ele conversa. Mas pela silhueta que se forma na parede de vidro, trata-se de uma mulher. Sinto o chão se abrir sob meus pés, o canalha deve ser casado e a mulher descobriu algo sobre nós.
Não tenho como continuar aqui, sinto tonturas e minha cabeça começa a doer. A vontade que eu tenho é de ir lá e encher a cara dele de tapas. Estou tão nervosa, que acabei virando o copo de drinque num gole só. Canalha, como pode me envolver nisso? Arrisquei minha carreira pra isso? Que ódio! Estarei acabada se ela fizer um escândalo aqui.
Pego minha bolsa, me despeço das pessoas dando uma desculpa qualquer, e sigo o mais rápido que posso para o elevador. Ainda não estou acreditando que isso está acontecendo, minutos atrás estava saboreando a adrenalina de um romance proibido. Agora a realidade me arrebenta, sem dó nem piedade.
Entro no meu quarto e vou direto para o banho, preciso de uma ducha quente para me recompor dessa noite turbulenta. Não quero pensar no que pode estar acontecendo lá embaixo, me arrependo de cada segundo de flerte, de cada desejo não contido.
Por que eu não evitei? Por que me deixei ficar tão exposta? Por que eu não disse NÃO? Só me resta torcer para que ele consiga evitar um escândalo. Termino o banho, desligo meu celular, tomo um analgésico e afundo na cama em um sono pesado.