

carlommarcello @carlommarcello
#Desafio dos 365 dias, dia 43:
PROCURANDO LEITORES BETA!
Conforme o projeto segue com Muito Sangue e Pouco Alho, que teve o enredo dos próximos capítulos decidido hoje, quero também focar no outro projeto que quero tirar da gaveta esse ano: Sem Gelo, Por Favor.
Então estou procurando leitores para betar os primeiros capítulos desse projeto e me dar suas opiniões.
Caso queria saber mais sobre a história, eu já postei por aqui. E aí, topa?

carlommarcello @carlommarcello
#Desafio dos 365 dias, dia 42:
Eu gostaria de usar esse espaço para deixar bem claro que eu sou bissexual.
E bissexual como diz no manifesto antigo: homens, mulheres, e tudo que estiver entre isso [tradução livre]. Não essa coisa toda que disseram para vocês sobre a diferença entre pan e bi para tentar pintar uma bissexualidade transfóbica.
Falo isso porque o primeiro e único feedback que recebi sobre Muito Sangue e Pouco Alho foi que estava nítido que seria uma história de amor entre dois homens.
Primeiro que não é entre dois homens, é entre um vampiro e um docinho de côco. Segundo que eu quero que você, que não gosta de histórias com personagens LGBTQIA+ em foco, saiba que todas as minhas histórias terão personagens LGBTQIA+.
Espero ter deixado claro, mas para garantir eu vou deixar um dragão bem bissexual aqui.

carlommarcello @carlommarcello
#Desafio dos 365 dias, dia 41:
Vocês também fazem playlists para os seus projetos?
Para os livros de O Legado de Esser, eu fiz uma playlist para cada personagem, algo que transmitisse a "vibe" de cada um.
Para Sem Gelo, Por Favor (que irei finalizar esse ano) a playlist está muito mais ligada à história que aos personagens.
Enfim, aqui está um link para a playlist de Sem Gelo, Por Favor no Spotify. Vocês gostariam de ver outras listas de outros projetos?
https://open.spotify.com/playlist/6pbxkACdjPkvgaNKe1edAl?si=-yWzteMXQTuTKJxfd6Q7Dw&pi=bDrFHCCUQSWVf

carlommarcello @carlommarcello
#Desafio dos 365 dias, dia 40:
O primeiro capítulo de Muito Sangue e Pouco Alho está aqui!
Com um dia de atraso por conta de problemas técnicos - não estava conseguindo exportar o arquivo como epub e o site não aceitava o arquivo PDF.
Mas agora, na calada da noite, você pode embarcar na história de Valmiro, o vampiro que odiava ser vampiro.
#MuitoSangueEPoucoAlho

carlommarcello @carlommarcello
#Desafio dos 365 dias, dia 39:
É AMANHÃ!
Agora que você conhece os personagens que mais aparecerão nos primeiros capítulos, amanhã postarei o primeiro capítulo da história Muito Sangue e Pouco Alho!
Os primeiros 3 capítulos serão gratuitos. Após isso, cada capítulo terá um preço simbólico, apenas para me motivar a manter a escrita.
Espero muito que vocês gostem dessa história.

carlommarcello @carlommarcello
#Desafio dos 365 dias, dia 38:
Conheça Alberto.
Alberto Bombasin - Bertô para os amigos mais velhos, Beto para os mais novos - diz ter nascido assim que os pais chegaram ao Brasil, vindos da Itália. Foi o primeiro da família a falar português e o que melhor se adaptou ao Brasil, especialmente ao ritmo de São Paulo.
Curtiu a juventude na noite paulistana, se divertindo e comentando todos os erros que seus instintos mais primitivos o forçavam a cometer. Até conhecer Celeste, e se apaixonar perdidamente pela jovem cheia de ideias místicas.
Casou-se e usou toda sua persistência e teimosia para fazer algum dinheiro e abrir um restaurante antes de aumentarem a família.
Hoje ele usa o restaurante para dar chances a jovens em quem identifica aquele "algo a mais" que ele sempre teve, mesmo que tentem manter segredo.
#MuitoSangueEPoucoAlho

carlommarcello @carlommarcello
#Desafio dos 365 dias, dia 37:
Conheça Stella.
A maitre do restaurante é uma das mais jovens maitres de São Paulo, apesar de seus longos anos trabalhando no restaurante. Ela começou como auxiliar de salão no mesmo dia que seu melhor amigo de infância, Raul, começou na cozinha. Ela aprendeu tudo sobre o funcionamento do restaurante e se especializou em enologia e harmonização com a ajuda do pai, o proprietário do restaurante.
Apesar de dividir o interesse do pai, Stella é muito mais parecida com a mãe, com quem passa longas horas estudando tarot e outras artes oraculares. O resto do tempo, prefere gastar buscando novas bebidas para conhecer ou tentando acompanhar Raul em seus treinos.
Ela acredita que existe uma certa magia em proporcionar uma experiência memorável em um jantar, e faz de tudo para que o restaurante - que um dia será seu - seja repleto dessa magia.
#MuitoSangueEPoucoAlho #embreve

carlommarcello @carlommarcello
#Desafio dos 365 dias, dia 36:
Conheça Jaciara.
Onde as palavras são raras, olhares falam muito. É assim conviver com Jaciara, que prefere ouvir que falar, guardando sua voz encantadora para os mais próximos.
Fala pouco de si mesma, principalmente de seu passado. Mudou-se do Amazonas porque não se sentia segura, mas nunca explicou como a cidade onde vivia podia ser mais perigosa que São Paulo. Quando está sozinha, canta baixinho para os pássaros que pousam nos fios e telhas perto de sua casa.
Ela entrevistou um novo ajudante na ausência do Chef Raul, e o contratou, apesar de não ter experiência. Ela deu a Valmiro a mesma chance que deram a ela...
#MuitoSangueEPoucoAlho #embreve

carlommarcello @carlommarcello
#Desafio dos 365 dias, dia 35:
Conheça Van.
Aos 12 anos, Evandro recebeu a terrível notícia de que os pais haviam sido assassinados, seus corpos encontrados em um rio com os pescoços dilacerados e a causa da morte marcada como exsanguinação. Nesse dia teve que se mudar de Osasco, onde cresceu, para o Tatuapé, na Zona Leste de São Paulo, para morar com a avó. Carregou consigo o apelido dado pela mãe: Van.
Decidiu que não deixaria acontecer com ele o que aconteceu com os pais, e tomou um grande interesse pelas artes marciais.
Quando se formou, a única carreira que queria seguir era ensinando artes marciais para crianças. Portanto, arrumou um emprego em um restaurante para pagar os últimos meses até conseguir a faixa preta de Tae Kwon Do e conseguir um emprego como instrutor...
#MuitoSangueEPoucoAlho #embreve

carlommarcello @carlommarcello
#Desafio dos 365 dias, dia 34:
Conheça Raul.
O jovem chef Raul Esteves encontrou no Gli Altri, um restaurante de cozinha italiana na Moóca, espaço para crescer. O dono do restaurante era um amigo da família e ofereceu a Raul um emprego lavando pratos quando ele tinha apenas 17 anos.
Trabalhando no restaurante, Raul se apaixonou pela cozinha e decidiu estudar Gastronomia. Foram anos de estudo e trabalho pesado até receber o cargo de chef no restaurante que era sua segunda casa. E ele sempre foi grato ao patrão por entender sua condição de saúde, que o impedia de trabalhar praticamente uma vez por mês.
Quando não está no restaurante, Raul está na academia ou correndo em algum parque ouvindo trilhas sonoras de filmes animados. Sua profissão, porém, sempre o impediu de ter uma vida social ativa, e as piadas de que o chef seria um eterno solteirão eram comuns entre os amigos.
Mas agora ele está retornando ao trabalho depois de três noites fora, e vai conhecer o novo ajudante, Valmiro.
#MuitoSangueEPoucoAlho #Serie #embreve

carlommarcello @carlommarcello
#Desafio dos 365 dias, dia 33:
Conheça Valmiro.
Um vampiro que não pertence e nunca pertenceu a nobreza. Transformado no início dos anos 90, não conseguiu acumular nenhuma riqueza, nem se acostumar com a "vida" de vampiro que, segundo as histórias deveria ser de sedução e poder. Mas como ele conseguiria seduzir alguém se não conseguia se ver para se arrumar? Foi mais de uma década entre o fim da popularidade do grunge e o surgimento das câmeras digitais baratas.
Ele não ligava para isso. Sentia falta mesmo é de um bom churrasco com muito pão de alho.
Mas a "vida" de Valmiro vai mudar ao começar a trabalhar em um restaurante e conhecer o Chef Raul...
(obs.: que os deuses abençoem o picrew)
#MuitoSangueEPoucoAlho #Serie #EmBreve

carlommarcello @carlommarcello
#Desafio dos 365 dias, dia 32:
A história que, até agora era chamada apenas de "Valmiro, o vampiro" recebeu um novo nome:
Muito sangue e pouco alho
(Embora ainda exista uma parte de mim que quer usar "O Vampiro da linha vermelha" como título)
Nós próximos dias vocês vão conhecer os personagens principais da história. E até o final da semana postarei o primeiro capítulo.
E aí, gostou do título?

carlommarcello @carlommarcello
#Desafio dos 365 dias, dia 31:
No último post, trouxe os primeiros parágrafos do que será minha primeira série aqui no Literunico. Quis escrever sobre vampiros porque odeio vampiros.
Por isso fiz um vampiro sem todas as coisas que não gosto nos vampiros clássicos. Valmiro não é um conde ou lorde, Rico e poderoso. Não é um grande sedutor nem uma máquina de matar sedenta por sangue.
Valmiro mora na Zona Leste de São Paulo, tem que trabalhar, e odeia ser vampiro porque sente saudade de comer pão de alho. E mesmo assim, vai descobrir que uma vida eterna vale a pena ser vivida.
Você gostaria de ler essa história?

carlommarcello @carlommarcello
#Desafio dos 365 dias, dia 30:
O som do despertador é ainda mais insuportável quando você é um imortal. Enquanto mortal você pode sonhar em uma aposentadoria sem a existência de um ruído infernal te lembrando que precisar trabalhar e pagar contas. Ou pode sonhar com a morte e um doce descanso eterno. Mas Valmiro descobriu, ao se tornar vampiro, que essas pequenas vontades são mais preciosas do que muitos pensam. Por isso tocou os dedos frios no celular e desligou o alarme que tocava às seis e meia da tarde e se levantou para trabalhar.
Esticou as costas doloridas enquanto saia do caixão improvisado - uma caixa feita com madeira reutilizada de paletes - e caminhava até o banheiro. Lavou o rosto com a água que tinha deixado na bacia ao chegar em casa de madrugada, depois pegou uma toalha e limpou o corpo. Encheu de novo a bacia com cuidado e a deixou ao lado da pia.
Encarou o rosto pálido e os olhos castanho-avermelhados (ou seriam vermelho-acastanhados?) usando a câmera do celular e agradeceu a qualquer deus, demônio ou entidade que cuidasse dos vampiros por sua barba não crescer e ele não precisar raspar, já que ia trabalhar em um restaurante.
(...)

carlommarcello @carlommarcello
#Desafio dos 365 dias, dia 29:
No posto do dia 28, mencionei um projeto engavetado, chamado "Sem gelo, por favor".
Essa foi minha primeira tentativa de escrever algo maior que um conto que não fosse alta fantasia. Era um romance. Comecei essa história antes de um noivado de dois anos terminar. Escrevi essa história como um grito de várias partes minhas: do bissexual que não podia se assumir porque estava em um relacionamento ruim, do gordo cansado de julgarem seu corpo, do escritor que desejava demais ter algo mágico no mundo.
Essa seria a história de Baltazar, um homem gordo bissexual, se recuperando de eventos traumáticos e tentando seguir a vida e lidar com as forças sobrenaturais que existem em sua casa.
Porque, nessa história, os fantasmas não são apenas metáforas.

carlommarcello @carlommarcello
#Desafio dos 365 dias, dia 28:
Eu quero tomar esse espaço para me comprometer com algumas coisas por aqui:
- Eu vou terminar o livro "Sem gelo, por favor" que está na gaveta a muito tempo, e espero usar esse espaço para isso
- Eu vou escrever contos sobre como é o dia a dia em um mundo fantástico, como fiz em Caramelo, e postar aqui
- Eu quero postar uma série que será exclusiva nesse espaço, postando os capítulos semanalmente aqui por um preço simbólico.
Eu quero ter tudo isso correndo bem quando fizer a postagem do dia 280. Me desejem sorte.

carlommarcello @carlommarcello
#Desafio dos 365 dias, dia 27:
O suspiro sai longo do pulmão, em alívio, e o encosto da cadeira é usado pela primeira vez em horas. Um longo gole do refrigerante gelado e seus olhos analisam cada jogador: a sensação de alívio e a consciência de que escaparam por pouco é unânime. Eles limparam a caverna, mas dois dos personagens estão com um ponto de vida, todos os conjuradores não têm espaços de magia e a última poção foi usada para impedir que Paula, a paladina, morresse.
一 E agora, o que vocês fazem? – você pergunta, já puxando as informações da cidade de onde o grupo partiu.
一 Agora a gente volta pra Capital – diz o Magal, o mago. – Devolvemos esse artefato e recolhemos a recompensa.
一 E aí, taverna! – diz Bárbara Barbosa, a bárbara, e você ri, preparando sua voz para interpretar seu taverneiro favorito.
一 Vocês estão malucos? – pergunta Cléber, o clérigo, e o seu mundo para por um momento, pressentindo o perigo e o caos. – A gente tá só o pó da rabiola, sem poção, sem magia…
一 Verdade – diz Paula, a paladina, – mestre, nesse mapa que você mostrou, tem uma cidade mais perto né? Vamos para lá
Seu coração afunda, porque você não preparou essa cidade além do nome e de algumas informações básicas…

carlommarcello @carlommarcello
#Desafio dos 365 dias, dia 26:
O que faz do aventureiro um herói?
Luca sabia, quando acordou salvo por um milagre do naufrágio, que o mundo não costuma dar segundas chances aos pilantras. Por isso ele resolveu fazer a sua valer e ir atrás de um tesouro que o tiraria do caos.
Mas, por sua ambição, se vê cada vez mais enrolado em favores que o levam a uma posição que nunca esteve: a de herói.
E Shard, aclamado herói do povo, parte com os amigos em uma missão para recuperar a alma de Sorte e talvez trazê-la de volta ao mundo dos vivos. Mas para conseguir o favor da Rainha dos Mortos ele vai ter que arriscar o pescoço e a sanidade.
Quanto um herói pode cair? Quanto um bandido pode se redimir?
Poente é o segundo livro da série O Legado de Esser

carlommarcello @carlommarcello
#Desafio dos 365 dias, dia 25:
Roberto passou o polegar no espaço vazio em seu dedo anular. Até ontem, havia uma aliança dourada nesse dedo. Não que o casamento tivesse acabado ontem - na verdade, o casamento tinha acabado mesmo quando as brigas passaram da frustração ao desrespeito - mas ele só conseguiu tirar a aliança quando finalmente assinou os papéis.
Ainda assim, acariciou a aliança fantasma. Vão se os anéis, ficam as manias.
Roberto desejou ter um dia mais agitado no trabalho, poder esquecer o divórcio lidando com clientes insuportáveis ou reuniões sem fim. Porém o destino é cruel e sua tarefa mais importante do dia era organizar o arquivo. Ele separou e etiquetou caixas e pastas, empilhou da maneira mais satisfatória que conseguiu, e o melhor engenheiro do mundo - ou o inventor do tetris - não teriam feito um trabalho melhor.
Mas um brilho prateado capturou seu olhar no canto da sala. Um anel prateado que era leve, apesar de ser largo. Duas linhas se trançavam por toda a volta, criando um padrão quase tribal, que fazia Roberto pensar no infinito. Sem saber quem era o dono, Roberto decidiu guardar para entregar no achados e perdidos.
E o teria feito, mas a memória era seu ponto fraco, e o anel viajou no bolso pelo metrô desde o centro de São Paulo até a Zona Leste, para ser encontrado no bolso ao chegar em casa. Roberto o segurou na mão enquanto se jogava no sofá, e ficou surpreso ao contatar que o anel servia no dedo anular. Decidiu deixá-lo ali, assim se lembraria, no dia seguinte, de devolvê-lo.
Pelo menos já não acariciava mais um anel fantasma, mas deslizava os dedos pelo padrão serpenteante, quando viu seu gato se espreguiçar lentamente, andar até um pote de comida e miar.
— Que vida fácil, queria eu ter uma vida de gato...
Ele sentiu o dedo, que acariciava o anel, diminuir e um calor tomou seu corpo. O mundo cresceu - ou ele ficou mais baixo - e tudo se tornou enorme e visto por baixo. Olhou para as mãos e viu pequenas patas cobertas de pêlos acinzentados e pequenas garras nos dedos.
O anel caiu lentamente pelo ar, até atingir o chão, quicar duas vezes e, com um brilho prateado, sumir.

carlommarcello @carlommarcello
#Desafio dos 365 dias, dia 24:
#EncontroAleatorio
O barulho do cascalho raspando entre seu pé e a terra batida da estrada ecoa pela noite. Se é que isso pode ser chamado de estrada. Comparada as estradas pavimentadas que levavam a capital, isso é quase uma trilha, mas é seu caminho para o descanso na pequena cidade de Fiore, um cantinho de beleza esquecido nesse país.
Você já consegue ver a cidade ao longe, mais uma hora de caminhada e vai encontrar uma taverna e conseguir uma cerveja gelada primeiro e um banho quente depois. Mas uma figura caminha pela estrada de encontro a você.
Os pés se arrastam pelo chão, os ombros curvados puxam um carro que certamente faz hora extra como loja durante o dia e quarto durante a noite. A luz das luas iluminam as muitas medalhas de ouro presas no lenço da velha senhora de cabelos brancos e pele avermelhada. O som de guizos e enfeites pendurados nos chifres assimétricos era uma sinfonia na noite, atraindo o canto de um urutau solitário.
— Boa noite, senhora — você se adiantou. — Como está a estrada essa noite?
— Fresca com a brisa do verão, viajante — ela responde. — E como está a estrada da vida?
— Sempre um grande mistério...
Os olhos dourados brilharam com sua resposta, e a velha soltou seu carro, puxou algo do bolso e caminhou em sua direção. O som das cartas se embaralhado era como as folhas na brisa, que estranhamente parou.
— Uma moeda e o mistério diminui...
O canto do urutau cresceu na noite, e um arrepio subiu até sua nuca. Instintivamente você puxou uma moeda da bolsa e jogou na direção da cartomante, que a pegou no ar e colocou gentilmente sobre o baralho, a prata brilhando na noite como a lua. Ela virou a carta lentamente...
...o que você vê?

carlommarcello @carlommarcello
#Desafio dos 365 dias, dia 23:
"A corda torceu a pele do pulso ao puxar os braços para cima, a dor quente da fricção quase imperceptível perto da dor aguda e contínua no ombro torcido. Os pés queriam deslizar no chão gelado, ignorando o esforço que Aleixo fazia para se manter em pé. A água gelada escorria do pano molhado enfiado na garganta para evitar os gritos e cristalizava na barba pelo contato com o ar gelado do inverno que entrava pela janela. O inquisidor não se importava, estava enrolado em um grosso casaco com peles."
O conto "Me perdoe, padre" foi publicado na antologia "Os Horrores da Inquisição", da editora Cartola.
#inquisicao #horror #conto

carlommarcello @carlommarcello
#Desafio dos 365 dias, dia 22:
Já imaginou como seria se o Grilo Falante vivesse nos dias atuais? Eu já.
"Meus lábios se aqueceram com o café e o gosto amargo encheu minha boca e alma. Em todos os longos anos nesse corpo novo, gerações e gerações de homens e mulheres, o café era o único amor que sempre me acompanhava, desde lá do velho mundo até aqui. Dei uma mordida no pão de queijo – e esse amor era novo – e observei Samanta com carinho.
— Amiga, espera. — Engoli apressado para aproveitar a pausa. — Como você vai investir todo esse dinheiro? De onde ele saiu?
— Ah, Grilo, eu vou pegar um empréstimo.
— Samanta, você ainda nem terminou de pagar aquele treinamento que você fez! — A voz de Bruna se mantinha doce, mesmo com a bronca. Eu havia acabado de conhecê-la, mas já gostava dela. Ela seria uma ótima consciência."
O conto "Consciência Cansada" foi publicado na antologia "Era uma vez", da editora Cartola
#contodefadas #conto

carlommarcello @carlommarcello
#Desafio dos 365 dias, dia 21:
"— Chegou a hora da sopa de pedra! – disse Roisin, segurando os suspensórios como se o ajudassem a ficar em pé. Marino se assustou e esticou o pescoço para olhar dentro da bacia, e ali no meio da água quente estava uma pedra redonda — As algas dão um sabor intenso, Marino, o real sabor da Ilha Esmeralda.
Roisin sorriu para Marino, mostrando seu dente de ouro e coçando a barba ruiva, fazendo-o ter certeza de que aquilo era uma brincadeira com o estrangeiro. Ele olhou para Ciara, que também sorriu mas se levantou ao perceber a dúvida no olhar do amigo e encheu sua tigela. Ele a seguiu e quando se sentou novamente olhou para a sua cumbuca de madeira. Era só água quente ali. Não havia tempero ou sal, estava tudo limpo. Como isso seria o sabor da Irlanda? Ele pegou uma colher e a levou até a boca, cheio de suspeitas. Mas o que ele sentiu em sua língua foi o sabor do mar, tão indescritível quanto as ondas, tão poderoso quanto as marés."
O conto "A pedra na sopa" foi publicado na antologia Ilha Esmeralda, da editora Cartola.
#conto #irlanda #fantasia

carlommarcello @carlommarcello
#Desafio dos 365 dias, dia 20:
"— Esse filé está ao ponto! — A batida na bancada do passe fez um estrondo que ecoou pela cozinha.
— Chef, o cliente disse que está crua
— Como crua? Olha o centro, um rosa leve. Isso é uma carne ao ponto! — O rosto enrubesceu e veias saltaram na testa do chef. Se virou para a cozinha e gritou as ordens. — Zé, torra um filé pra esse cara, que ele quer bem passado e podia ter pedido assim antes de mandar voltar dois ao ponto. E checa esse gás, que eu to sentindo cheiro."
E no vigésimo dia do desafio, vou postar meu primeiro conteúdo pago. "Alho e ódio" é um conto que escrevi para uma antologia chamada Romances Infelizes, então já te adianto, essa história termina mal...

carlommarcello @carlommarcello
#Desafio dos 365 dias, dia 19:
A capa de Folhas é uma das minhas coisas favoritas no mundo.
Quando decidi que iria publicar essa história que escrevi, contatei um amigo ilustrador para fazer a capa. A primeira ideia era que fosse uma mesa de taverna, com um mapa, um cajado e alguns outros itens presentes na história. A segunda ideia era uma grande cena de batalha, mas esse não era o estilo do ilustrador, e eu queria a arte dele.
Então ele me pediu para mandar um áudio de alguns minutos resumindo a história e, quando ouviu, ele me deu a idéia de colocar na capa a melhor personagem do livro, a Célia.
A ovelha favorita de Shard, personagem principal, transformada magicamente para auxiliá-lo em batalha.
E esse símbolo de folhas dentro do O virou até tatuagem.

carlommarcello @carlommarcello
#Desafio dos 365 dias, dia 18:
"Seus olhos castanhos o encararam no espelho do banheiro do café enquanto ele puxava o longo cabelo ondulado que herdara da mãe, o prendia em um coque e ajeitava o colete vermelho sobre a túnica branca que realçava a pele negra que herdara do pai. Levou a mão ao bolso e esperou até sentir as pequenas garras segurando gentilmente na pele.
一 Chegou a hora, amigão, vai dar tudo certo 一 disse ele ao pequeno dragão que se empoleirava nas costas de sua mão. As escamas de Maillard brilhavam do violeta ao azul turquesa e a barriga possuía um forte tom de rosa. 一 Está pronto?
Maillard levantou a cabeça e deu um pequeno sopro de fogo para o alto. Fiero sorriu e saiu do banheiro para o salão do café. Os passos no chão de madeira ecoavam como se fossem ampliados por toda decoração em bronze que havia no local. Fiero passou para trás do balcão e foi conferir o café que estava quase pronto. O dragão voltou para o bolso do barista enquanto ele preparava tudo o que precisaria: bateu o leite quente até que formasse uma espuma grossa e o colocou numa bandeja com as duas xícaras, uma pequena peneira de metal, açúcar e o bule de café."
Caramelo é uma história que acontece no universo de O Legado de Esser, e nasceu da minha vontade de mostrar o cotidiano dos não-aventureiros em um mundo fantástico.

carlommarcello @carlommarcello
#Desafio dos 365 dias, dia 17:
A lendas dizem que o Arquipélago Crescente se formou durante a Guerra da Ruína. O impacto da queda de um enorme titã, jogado das alturas pelos deuses que o enfrentavam, moveu a terra e fez subir várias ilhas.
Hoje esse arquipélago é dominado por piratas, que usam seu formato e os recifes a sua volta como forma de proteção, e sua posição estratégica para iniciar suas viagens.
(Ainda esse ano saem histórias nesse arquipélago)

carlommarcello @carlommarcello
#Desafio dos 365 dias, dia 16:
Eu quero te pedir um favor. Isso, para você mesmo que está lendo, eu preciso da sua ajuda.
Eu quero ser lido.
E, se você está nessa plataforma, muito provavelmente quer ser lido também, então deve entender meu desejo.
Eu vou colocar os três primeiros capítulos do meu livro aqui nesse post. A sinopse está nos comentários. O meu pedido é que você dê uma chance à minha história.
Eu também criei um clube de Leitura aqui na plataforma para ler esse livro. Se você gostou, junte-se a essa leitura para ganhar uma cópia digital do livro.
Muito obrigado.

carlommarcello @carlommarcello
#Desafio dos 365 dias, dia 15:
(Esse é o texto que posteriormente se tornaria a introdução de Folhas)
Todo dia Shard cuidava de uma ovelha. Uma única ovelha. Todo o resto do rebanho pastava sempre nos mesmos lugares, mas Célia era especial. Todos os dias ela subia a encosta onde comia dos arbustos e lambia o musgo. O cajado, um pedaço velho de madeira encontrado entre os arbustos, era só para ele, que mesmo com o corpo jovem precisava do apoio. Célia não precisava de nenhum incentivo, nem para subir, nem para descer; ela sabia as horas melhor que Shard.
E todos os dias Shard via o grande esqueleto. Todos os dias relembrava a história da grande guerra entre os Titãs e os Deuses. A Ruína, era como as pessoas da sua vila chamavam tanto a guerra quanto o esqueleto. Os pássaros voavam em círculos acima do punho da grande espada usada por Ivandra, deusa das folhas, para dar fim ao combate.
Shard não sabia que Utugash era o nome do titã. Não sabia que suas chamas castigaram o vale por décadas. O povo simples de Seme contava apenas dos titãs, como se fossem todos iguais. Ele não sabia que quem brandiu aquela espada um dia também foi uma simples pastora.
Ela que se perdeu dos pais. Que foi criada entre as árvores. Que aprendeu com o som das folhas como alterar o tecido que forma a realidade. Ivandra, deusa das folhas, nasceu da terra, mortal. E como mortal sentiu as chamas de Utugash. E com sua magia ela se levantou, alta como o titã, desafiadora. As chamas como um chicote estalavam à sua volta, hostes de pássaros horrendos, de osso e fogo, gritavam ao seu redor
Mas sozinha ela enfrentou o inimigo. Uma, duas, três vezes o titã a jogou ao chão com sua imensa força. E três vezes ela se levantou. Uma, duas, três vezes as chamas atacaram seu corpo, e as três vezes ela resistiu. Ivandra viu o fogo consumindo a terra onde cresceu, a terra que protegeu. E com a terra o derrotou.
Das pedras de uma colina formou a grande espada. E nela Ivandra colocou sua essência e poder: que sua vida acabasse, mas que os ossos do titã ficassem para sempre presos nessa terra, para nunca mais renascer. Com uma investida ela derrubou o inimigo, e com um golpe enterrou a espada através do titã no corpo pétreo da montanha.
Em um brilho quente como o sol, Ivandra foi consumida. As chamas de Utugash se foram, e seu corpo absorvido pela terra.
(Continua nos comentários)

carlommarcello @carlommarcello
#Desafio dos 365 dias, dia 14:
Solimë é a capital do Gran-Ducado de Chiaro, onde o Doge Regente governa. Localizada em um istmo que liga o Chiaro ao continente de Tregarost, ao Norte, a capital é a última cidade antes da fronteira com o reino élfico de Melliamne. Fundada pelos heróis Lupo e Leone, que com machado e espada em mãos unificaram o país e aumentaram sua defesa contra os ataques dos Volsungues.
Ao passar a primeira muralha você, viajante, se encontra no que a população chama de "o Meio". Aqui você encontrará encontrar diversas tavernas, como a Corurso Prateado (que antes se chamava O Gigante Dançarino) ou a Grimório Manchado (que é exclusiva para magos e seus acompanhantes).
Ao passar da segunda muralha, passará para "Dentro" e encontrará a parte mais rica da cidade. Aqui ficam os templos aos deuses da Luz, do Mar e da Sorte, além do Mercado Municipal e vários mercadores.
A última muralha abriga o Palácio do Doge, que observa a cidade do alto, à beira de um alto precipício.