Fechamos aqui. Nosso parêntese e voltamos à história.
Voltando a nossa, agora deslumbrada Áster, que se encontra mais feliz que adolescente de celular novo, pois descobriu que possuía irmãos e irmãs e que exitem outras iguais a ela e, ainda, que estão bem próximos ligados pela mãe natureza, que através dela consegue fazer contato e se comunicar.
Ficou sabendo que os principais nutrientes para seu desenvolvimento era fornecido pela base materna, assim como acontece com qualquer ser vivo, no início de uma gestação ou mesmo após o nascimento, a mãe é a principal fonte de alimentação de um ser em desenvolvimento, seja direta ou indiretamente, através dela, recebia calor, energia, água e outros nutrientes e quanto mais saudável estiver a mãe, mais saudável e célere era o seu crescimento e, o mais importante, o conhecimento; afinal, o conhecimento é que mantém viva a cultura de um povo, pois cultura é todo conhecimento que recebemos desde a nossa existência. 👩🎓
Mais uns dias se passaram, Áster sentiu que a temperatura do ambiente estava esquentando, era a primavera que estava findando 🌹, achava que o calor a deixava mais cansada e fraca, ouvia barulhos e ruídos que vinham da superfície, não sabia o que era, mas eram sons motores de máquina e tratores, com a barulheira fica difícil descansar e relaxar, com a chegada da noite, novamente o silêncio reinava, suas lembranças retornaram com a sensação da visita da criatura, e quase que no mesmo instante, por coincidência sentiu as vibrações em sua volta novamente, e o som da criatura se aproximando, teria seus pensamentos atraído a criatura? Pensou consigo mesmo, não, certamente era apenas uma coincidência. Estabeleceu contato com suas irmãs relatando o fato, e recebeu a notícia que era comum a criatura e outras passarem por elas, e que eram inofensivas, ficou sossegada, aguardando a chegada da visita.
Quando a criatura chegou, da mesma forma como da outra vez, Áster tentou fazer contanto, mas sem sucesso, eram de naturezas diferentes, talvez não se comunicassem da mesma forma, a sensação agora era diferente, sem o nervosismo da primeira vez, parecia que a criatura estava fazendo carinho nela a medida que ia passando, da mesma forma emitia os grunhidos e secreções por onde ia passando.
Seu ânimo melhorou um pouco, mas ainda parecia que estava cansada, será que estava ficando doente? Eu nunca tive nada, o que seria? Tentou estabelecer conexão com sua parte materna exterior, e pode sentir a aflição, e a sensação de dor, embora ela própria não tenha sido diretamente afetada, podia sentir tudo através da ligação eletrofísica, sua parte materna estava sobre ataque externo, algumas criaturas vorazes atacavam-na violentamente, sem piedade, e não havia nada que Áster ou seus irmãos pudessem fazer, apenas aguardar o triste fim que se aproximava, pobre Áster, ainda nem havia descoberto o seu Ikigai 😰.
Já sem esperança, quando tudo parecia perdido, ouviu novamente o barulho de motores de aproximando ao longe, ele vinha rápido, junto com som de chuva, o som do motor, se aproximava e depois se afastava, se aproximava novamente e se afastava, o vai e vem foi ficando cada vez mais distante, até cessar em definitivo, mas o melhor foi a notícia que recebeu do exterior, os ataques haviam cessados, as criaturas destruidoras haviam sidos abatidas e outras se refugiaram para outro local, tão, tão distante.
Com esperança renovada, Áster se sentiu protegida, mas se perguntava: O quê será havia acontecido?🤨
Passado o episódio, apesar de a ameaça não mais existir, ainda assim ela se sentia fraca e debilitada, seria efeito colateral, consequência do ataque sofrido, resquício ou contaminação do inimigo?
Buscava com todas suas forma restabelecer suas energias, tentando captar alimentação nutritiva à sua volta, mas quanto mais esforços fazia, mais cansada ficava, então decidiu ficar calma e relaxar, respirava profundamente e soltava o ar bem devagarzinho, fez isso por várias vezes seguida, até que adormeceu.
Acordou sobressaltada, com som de motores sobrevoando a superfície, novamente num vai e vem incessante, não é possível, será que os ataques recomeçaram, pensou. Mas não sentiu nada como do outro ataque, mas então por que os motores voltaram, recebeu a informação que havia um ser alado pulverizando uma espécie de produto em forma líquida e gasosa.
Mas que espécie de ataque seria esse? E por que elas estavam sobre ataque? Indagava ela.
Mais uma vez, sem resposta, só lhe restava aguardar e apenas aguardar…
Ainda aflita e ansiosa, ela escuta o som do ataque cessar e agora aguarda as consequências dele. Quais seriam?
Nos dias que se seguem, parece que nada mudou, a não ser a sensação de estar mais disposta, sente suas energias revigorada, estica-se toda, troca uma ideia com suas irmãs mais próximas, elas também estão se sentindo melhor, não havia percebido antes, mas sentiu que seu corpo está maior e mais forte e que pode perceber a presença de suas irmãs mais próxima ela, era como se elas estivessem do outro lado da parede. 😘 |😘
Ainda sem saber saber exatamente o que havia acontecido, ela seguia sua vida, pacata, pois sua vida voltara à monotonia, sem grandes aventuras, mas era sua, a sua vida, e isso que importava, ela tinha uma vida, ela existia, e tinha um objetivo, que ainda descobriria, mas tinha, ela sabia disso.
Percebeu que sobre sua cabeça haviam surgida alguns filamentos que estavam invadindo seu espaço, estes filamentos, tinham vida, podia sentir, e sua natureza era parecida com sua, era tão finos que ela mal havia percebido, por isso não tinha notado antes, algum tipo de invasor lento e silencioso e se ela tinha a mesma natureza, era possível que se nutria pelos mesmos alimentos que ela, então era provável que estava ali para surrupiar sua fonte de nutrição, pensando nisso tentou estabelecer um contato com a invasora para saber qual a real intenção dela.🙇 👋
Sim, ela estava certa, a presença era hostil, era uma espécie invasora, seu desenvolvimento era mais rápido que de Áster, pois elas conseguiam captar os nutrientes mais rápido, começa ali uma verdadeira guerra pela sobrevivência, a vida que ante era pacata, agora ganhou contornos dramático, precisava lutar para ganhar o seu pão, ou ela acabaria por morrer de fome. A ameaça era terrível, pois colocava a sobrevivência de Áster em risco. Para piorar a situação, ficou sabendo que não era uma só, eram várias as invasoras, estavam espalhadas por todo território, e se reproduzindo rapidamente, alguma providência era mister com urgência, caso contrário, toda a região estaria condenada, mas o quê poderia ser feito, por mais força que Áster fizesse, ainda assim não conseguia competir com elas. Seria este, o triste o fim da nossa heroína? 😨
Os dias iam se seguindo e nada acontecia para melhorar a situação, as rivais estavam se desenvolvendo mais rapidamente e se multiplicando geometricamente, Áster e as demais já estavam ficando sem nutrientes, com isso, sem energia para brigar e lutar pelo seus sustentos, por mais que elas tentassem unir forças, nada podiam fazer, o melancólico fim, parecia iminente. Será este o destina de Áster, morrer por desnutrição, saqueada por vândalos, arruaceiros que invadem propriedades e saqueiam tudo sem a menor compaixão e piedade?
Sem nenhuma ideia do que fazer e já sem força para brigar com os oponentes, estavam prestes a entregar os pontos, quando percebeu que as invasoras começaram a gritar em desespero e de dor, as inimigas estavam batendo em retirada, epa!!! Mas, estavam fugindo para cima?? Na verdade elas não estavam em fuga, estavam sendo fortemente arrancadas do solo, pareciam que estavam sendo abduzidas 🛸, alguma força sobrenatural estava puxando a espécie invasora para cima.
Áster pode acompanhar, quando sentiu as invasoras ao seu lado, uma a uma sendo removida, um misto de angústia e alívio tomou conta de seus sentimentos. Ficou sabendo que o mesmo ocorria em toda a volta, a situação perdurou por mais um tempo, até que todas fossem, literalmente, arrancadas, só restando os seres da mesma espécie que Áster.
Mais uma vez, após a calamidade, veio a calmaria, Áster ficava a pensar sobre tudo que tinha vivido até agora, lhe veio à mente, a sensação de que havia um força superior que a protegia, um ser supremo que decidia e traçava os destinos de todos os seres, e este ser estava velando por ela, pois toda vez que se encontrava em dificuldades, de alguma forma essa força chegava e de alguma forma lhe auxiliava, foi assim quando sentiu fome, foi assim quando sentiu sede, foi assim quando sentiu frio, foi assim quando sentiu calor, foi assim quando esteve doente e foi assim, agora, salvado-as das invasoras. Ela realmente acreditava que havia uma anjo protetor👼, ou uma força maior, determinada a fazer com que sua espécie perpetuasse sobre as demais. Seria este o destino de Áster, ser uma raça soberana 👑?
Áster já está se sentido mais forte e bem encorpada, entretanto, ela sente que sua parte materna está ficando cada dia mais fraca, já não há mais floração e suas partes externas estão se dessecando, preocupada e aflita tenta entender o que está havendo, mas logo é acalmada por ela que lhe avisa que é um processo natural da vida, que não há nenhuma doença ou praga, é apenas a vida seguindo seu curso como deve de ser e, ela ficará bem, que um dia entenderá tudo. Triste, Áster fica encolhidinha em seu canto, está tudo mais escuro do que antes, mais sombrio, e com o passar do tempo ela vai perdendo aos poucos o contato com a sua videira. 😥
Os dias que se seguem, também são sombrio e tristes, o ambiente se torna mais seco, a água se torna escassa, já não há mais umidade em sua volta, em seu íntimo, sente que a parte materna se foi…⚰️. Áster chora 😭 o luto por dentro e esta tristeza a deixa com a casca mais grossa por fora, vai se tornando mais enxuta e rígida.