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legiao @legiao

"A Dança das Viagens"

O vídeo do primeiro post continuava rendendo engajamento quando, no dia seguinte, eles decidiram qual seria o próximo passo. Agora que o projeto tinha uma direção, precisavam definir o roteiro da viagem. Sem dinheiro para grandes luxos, optaram por seguir de ônibus e caronas pelo Brasil, aproveitando cada parada como uma nova história para contar. O próximo destino? Goiânia.
— "A gente podia seguir uma lógica, tipo, viajar por Estados que tenham alguma conexão com as músicas, mas sem ser engessado." — sugeriu Letícia enquanto olhava passagens no celular.
— "Goiânia é um bom ponto de partida! É perto, tem uma cena musical forte e ainda dá pra explorar um pouco da estrada antes de ir pra mais longe." — argumentou Caio.
Pedro concordou, batucando no violão.
— "Se a gente já começou com ‘Será’, então precisamos escolher a próxima música do álbum pra nos guiar. O que vem depois?"
Caio pegou a playlist do primeiro álbum da Legião Urbana no Spotify e leu em voz alta:
— "‘A Dança’."
Os três se entreolharam e sorriram. A viagem, afinal, era exatamente isso: uma dança entre os imprevistos e as decisões tomadas na hora.
No ônibus para Goiânia, cada um começou a ouvir "A Dança" no fone de ouvido, absorvendo a letra. A música falava sobre questionamentos, sobre como a vida se movia e como tudo era uma questão de adaptação. De repente, aquilo parecia fazer mais sentido do que esperavam.
Letícia, com um caderno no colo, começou a anotar:
— "A gente podia gravar uns trechos da estrada, mostrar a gente dançando do nosso jeito, sabe? Não precisa ser coreografia, só movimentos livres, como se estivéssemos curtindo a viagem ao ritmo da música. O que acham?"
Pedro bateu palmas.
— "Amei! Como se a gente estivesse dançando com a vida. Isso tem muito a ver com a letra!"
Caio sorriu e levantou o celular, começando a filmar enquanto o ônibus seguia pela estrada. Letícia abriu a janela e estendeu a mão para sentir o vento. Pedro fez um sinal de paz e amor para a câmera e começou a assobiar o refrão da música.
Ao chegarem em Goiânia, encontraram uma praça movimentada no centro da cidade e decidiram gravar um vídeo improvisado. Com o violão na mão, Pedro tocou os primeiros acordes de "A Dança", enquanto Caio e Letícia começavam a se mover de forma espontânea, sem se preocupar com passos perfeitos.
Foi nesse momento que um homem de meia-idade, que passava por ali, parou para assistir. Ele vestia uma camisa preta com o rosto de Renato Russo estampado e sorriu ao reconhecer a melodia.
— "Vocês tão resgatando Legião?" — perguntou, curioso.
Letícia assentiu, animada.
— "A gente tá viajando pelo Brasil e usando as músicas da Legião Urbana pra contar nossas histórias. A cada destino, uma nova música nos inspira."
O homem riu e bateu palmas.
— "Isso é incrível! Eu vi essa banda surgindo, molecada. Vocês nem imaginam o que essas letras significam pra quem viveu naquela época. Aposto que vão descobrir coisas sobre a Legião que nem suspeitam ainda."
Antes de ir embora, ele pediu para tirar uma foto com eles e sugeriu que fossem até o Mercado Central da cidade, onde costumavam tocar músicos locais.
Naquela noite, postaram o segundo vídeo no perfil "Ainda Somos Jovens". O título? "A Dança das Viagens". No vídeo, trechos da estrada, momentos de descontração e a dança espontânea na praça. A legenda dizia:
"A vida é uma dança e a gente decidiu entrar no ritmo. Segunda música do primeiro álbum da Legião Urbana: ‘A Dança’. Nosso próximo destino? Quem sabe. Mas seguimos em movimento."
Os comentários começaram a chegar. Pessoas de todas as idades interagiam, algumas contando como haviam vivido aquela música nos anos 80, outras apenas fascinadas com a ideia de redescobrir a Legião através dos olhos de uma nova geração.
Enquanto o trio se deitava para dormir no hostel barato que haviam encontrado, Caio sorriu ao ver as notificações no celular.
— "Acho que estamos no caminho certo."
E assim, o projeto continuava, pronto para a próxima música, a próxima cidade e as próximas histórias.

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"Ainda Somos Jovens"

Três jovens de diferentes cantos do Brasil, que até então só se conheciam virtualmente, decidiram que era hora de transformar seus sonhos em realidade. Aos 18 anos, recém-saídos da escola e sem nenhuma certeza concreta sobre o futuro, tinham apenas uma certeza em comum: queriam viver de redes sociais. Vinham de mundos distintos, mas se conectavam através do desejo de contar histórias e capturar o mundo ao seu redor, compartilhando tudo com quem estivesse disposto a assistir.

A primeira vez que se encontraram pessoalmente foi em Brasília, cidade escolhida não só por ser central no país, mas porque um deles, Caio, morava lá e ofereceu sua casa como ponto de partida. Durante a primeira noite juntos, entre conversas animadas e risadas nervosas sobre finalmente estarem ali, um deles pegou o violão que sempre levava consigo. Pedro, vindo de São Paulo, tocou os primeiros acordes de uma música que conhecia vagamente da infância, algo que os pais sempre ouviam: "Será", da Legião Urbana. Ele não sabia muito bem a letra, mas Letícia, a terceira do grupo, nascida e criada no Recife, rapidamente pegou o embalo e começou a cantar. O refrão os envolveu de uma forma inesperada:

— "Será só imaginação? Será que nada vai acontecer?" — cantavam juntos, sentindo uma estranha identificação com a melodia e as palavras.

Depois de terminarem a música, ficaram em silêncio por alguns segundos. Era como se tivessem acabado de descobrir algo maior do que apenas uma canção de outra geração. Eles se olharam e Letícia foi a primeira a quebrar o silêncio:

— "E se a gente fizesse disso a nossa pegada?" — disse, com um brilho nos olhos.

— "Disso o quê?" — perguntou Caio, curioso.

— "Dessa coisa de pegar músicas e transformá-las em histórias. Tipo, contar nossas viagens, nossas experiências, mas usando as músicas da Legião como pano de fundo. Cada post, cada vídeo, baseado em uma música de cada álbum, na ordem que eles foram lançados. A gente vai descobrir as músicas juntos e contar nossas histórias através delas."

Pedro bateu palmas, animado com a ideia.

— "Isso é genial! Não seríamos só mais um trio viajando e tentando ser influencer. A gente teria um conceito forte, uma narrativa que conecta tudo! E, tipo, sem parecer que estamos forçando um conceito. A gente vive a música, descobre o significado dela pra nós, e compartilha isso com o mundo."

Assim nasceu a ideia do perfil "Ainda Somos Jovens", um projeto que uniria a jornada deles pelo Brasil à redescoberta de uma banda que, até aquele momento, era apenas um nome do passado para eles.

Eles decidiram que começariam pelo primeiro álbum da Legião Urbana, de 1985. "Será" já tinha sido tocada na noite anterior, então o primeiro post precisava refletir aquele momento de encontro e de sonhos prestes a serem vividos.

Com o celular na mão, Caio gravou um vídeo simples: os três sentados no chão da sala, violão no colo, sorrindo feito crianças descobrindo um novo brinquedo. Letícia explicou a proposta:

— "E aí, galera! A gente acabou de se encontrar pela primeira vez na vida. Tudo começou com uma música e agora a gente decidiu que cada passo nosso nessa viagem vai ter um som pra acompanhar. Vamos percorrer o Brasil e descobrir juntos as músicas da Legião Urbana, na ordem que foram lançadas, e ver como elas fazem sentido na nossa vida hoje. Se liga, nosso primeiro post, inspirado em ‘Será’. Bora ver onde essa história vai dar?"

O vídeo foi postado e, em questão de horas, começou a ganhar engajamento. Não eram apenas jovens que se interessavam pelo projeto, mas também pessoas mais velhas, nostálgicas pela banda, curiosas para ver como essa nova geração interpretaria as músicas de Renato Russo e companhia.