Na manhã seguinte, o sol filtrava-se suavemente através das cortinas do quarto de Catarine, mas a luz parecia ter perdido seu brilho. Johann entrou, carregando uma bandeja com café e pão fresco, o aroma tentando penetrar na nuvem de desânimo que envolvia a jovem. Com um movimento brusco, ele colocou a bandeja sobre a mesa, a expressão de descontentamento no rosto. “Catarine, não me decepcione esta noite,†ele ordenou, seu tom autoritário pairando no ar como um comando inescapável. “Quero que faça de tudo para agradar Wenzel.†Ela olhou para o pai, seus olhos refletindo um vazio profundo. Sem um pingo de entusiasmo, começou a morder o pão, o sabor insÃpido se misturando ao amargo de sua realidade. “Sim, papai,†murmurou, a resposta saindo como um eco distante. Depois que Johann saiu, trancando a porta atrás de si, Catarine permitiu-se um momento de solidão. O festival de outono estava se aproximando, e embora a ideia de participar fosse normalmente empolgante, a pressão sobre seus ombros tornava tudo insuportável. Contudo, a jovem sabia que precisava se preparar. Com determinação, ela levantou-se e começou a arrumar-se para a celebração que honrava a deusa da colheita, um evento que simbolizava gratidão e renovo.
O festival era uma tradição sagrada, um ritual que unia a comunidade em um momento de esperança antes do rigoroso inverno. Catarine escolheu seu vestido cuidadosamente. Era uma peça delicada, feita de um tecido leve e fluido, com uma cor que lembrava as folhas douradas do outono. O vestido tinha um decote em V sutil e mangas longas que lhe conferiam um ar de elegância, enquanto a cintura ajustada acentuava suas curvas jovens, que a cada dia se tornavam mais pronunciadas, revelando uma mulher em formação. Quando ela se olhou no espelho, suas sardas dançavam sob a luz suave, complementando a tonalidade quente de seus olhos cor de mel. O vestido parecia abraçar seu corpo, ressaltando a beleza de sua juventude e a inocência que ainda tentava preservar. Ao girar levemente, as saias do vestido flutuaram ao seu redor, criando uma imagem quase etérea, uma lembrança do que deveria ser um momento de alegria.
Catarine se lembrou do que Christian havia dito, sobre acreditar em si mesma. Essa ideia fez seu coração acelerar um pouco, mas logo foi ofuscada pela realidade cruel que a aguardava. Com um suspiro profundo, ela finalizou sua preparação, tentando se sentir confiante, mesmo que a ansiedade pulsasse em suas veias. Enquanto se olhava uma última vez, um desejo ardente de liberdade crescia dentro dela, um anseio por escapar da prisão em que se sentia aprisionada. “Eu vou dançar esta noite,†murmurou para si mesma, a determinação começando a brotar em seu interior. “Nem que seja para desafiar tudo o que me prendia.†Na sala mal iluminada, Johann estava sentado à mesa, seus olhos pesados e preocupados refletindo a tensão do momento. Ele se virou para Wenzel, que estava encostado na parede, observando atentamente. “Ela é uma garota rebelde,†Johann começou, sua voz rouca e áspera, “talvez você precise dar-lhe alguns tapas para domá-la.†Wenzel ouviu a afirmação do pai de Catarine, mantendo uma expressão séria no rosto. Ouvindo o tom de autoridade na voz de Johann, ele sentiu um aperto no peito, não apenas pela ordem, mas pela ideia de machucar Catarine. “Entendo,†respondeu ele, balançando a cabeça lentamente, mas sua mente se opunha à sugestão. “Não perca ela de vista, Wenzel,†Johann continuou, seu olhar endurecido. “Mantenha a vadia da minha filha debaixo dos seus olhos o tempo inteiro.†A palavra “vadia†saiu de sua boca com desdém, como se fosse um rótulo que ele se sentia no direito de atribuir.
Um golpe de tosse interrompeu o discurso, e Wenzel rapidamente se aproximou, dando um tapinha nas costas de Johann em um gesto de apoio. “O senhor está bem?†perguntou, sua preocupação genuÃna transparecendo em sua voz. Johann assentiu, recuperando-se do ataque de tosse. "Estou bem, só essa maldita tosse que não me deixa em paz."Wenzel permaneceu ao lado dele, sua expressão preocupada ainda evidente. "Talvez o senhor deva descansar antes do festival," ele sugeriu com cuidado. “Não preciso de descanso.†Johann respondeu, tomando um momento para recuperar o fôlego. “Apenas a idade está começando a pesar nos meus ombros velhos. E eu preciso garantir que Catarine tenha um homem forte e poderoso, com mãos firmes e rédeas curtas para cuidar dela.†Ele fixou o olhar em Wenzel, sua expressão grave. “Você é esse homem, Wenzel?†Ele hesitou, a responsabilidade pesando sobre seus ombros. Ele desejava ser o protetor que Johann esperava, mas não assim.
A ideia de usar a força contra Catarine o deixava inquieto. “Sim, senhor,†respondeu ele, tentando esconder a inquietação na voz. “Farei o que for preciso para cuidar dela.†A sala estava envolta em uma atmosfera pesada, e o silêncio que se seguiu foi carregado de implicações. Johann observou o jovem com um olhar avaliador, sua própria frustração misturada com a certeza de que ele precisava garantir que sua filha estivesse em boas mãos, mesmo que isso significasse recorrer a métodos brutais. Wenzel, por outro lado, sentia um conflito interno, determinado a proteger Catarine, mas consciente de que suas ações poderiam levá-lo a se tornar o oposto do que realmente desejava ser. As expectativas de Johann eram um peso que ele não sabia se conseguiria suportar, especialmente quando seu coração pulsava pela garota que deveria vigiar. Johann se levantou da mesa, sua figura cansada se projetando contra a luz fraca da sala. Ele caminhou em direção à porta, tossindo levemente enquanto se afastava, deixando Wenzel sozinho, um mar de ansiedade e expectativa. O marinheiro estava nervoso, suas mãos inquietas se movendo sobre as pernas, a expectativa pesando sobre seus ombros como uma âncora.
Johann entrou no quarto de Catarine com a expressão severa que ela já conhecia muito bem. O olhar dele era afiado como uma lâmina, e sua postura, rÃgida, deixava claro que ele não estava disposto a tolerar desobediência. "Catarine," ele começou, sua voz grave ecoando no espaço. "Esta noite, você precisa se comportar. Não me decepcione na presença de Wenzel. Ele é um homem forte, e eu espero que você o respeite." Catarine assentiu, mas seu olhar distante denunciava suas verdadeiras intenções. Johann, notando a falta de entusiasmo dela, continuou, "Se eu perceber que você está se esgueirando ou tentando causar problemas, as consequências serão sérias. Você não pode mais agir como uma criança." Os minutos pareciam se arrastar, e enquanto Wenzel aguardava, seu coração acelerava a cada batida, um reflexo da ansiedade que se acumulava em seu peito. Finalmente, a porta se abriu, e Catarine surgiu, uma visão de pura beleza que fez o mundo ao seu redor desaparecer. Ela estava deslumbrante em um vestido verde que evocava a essência da natureza, o tecido fluindo como se fosse feito de folhas e flores.
O vestido, com cortes que acentuavam sua silhueta jovem e em desenvolvimento, a transformava em uma verdadeira visão de encanto. No cabelo, uma tiara delicada de flores silvestres se misturava aos fios castanho-claros, destacando suas sardas que se espalhavam pelo rosto como um mosaico de luz. Seus olhos cor de mel brilhavam com uma intensidade que Wenzel nunca havia visto antes, refletindo um brilho de esperança e rebeldia. A imagem de Catarine era tão radiante que Wenzel sentiu um nó se formar em sua garganta. Ele ficou paralisado por um momento, absorvendo a cena, a beleza dela quase o deixando sem ar. Um calor se espalhou por seu corpo, e um sorriso involuntário brotou em seus lábios. Johann observou Catarine e sentiu uma pontada de satisfação. Ela estava deslumbrante, exatamente como ele havia esperado. A beleza e a fragilidade dela eram um lembrete constante da necessidade de proteção. "Wenzel, fique de olho nela," Johann ordenou, o tom duro deixando claro que não seria permitido desvio. "Mantenha-a sob controle."
A jovem diante dele era como uma deusa em meio a um festival, e a transformação que ele viu em Catarine fez seu coração acelerar. Ela não era apenas a filha de Johann, mas uma mulher que exalava vida e coragem. O olhar de Wenzel se fixou em Catarine, admirando cada detalhe enquanto ela se aproximava. Ele podia sentir a tensão entre eles, um magnetismo que o atraÃa para mais perto. A jovem parecia ciente do impacto que causava, e um sorriso tÃmido apareceu em seus lábios, tornando-a ainda mais encantadora. Mas por trás da alegria que sua presença emanava, havia uma sombra de preocupação que não passava despercebida. Wenzel não pôde deixar de pensar no que Johann havia dito, o peso das expectativas que estavam prestes a recair sobre ela, e o desejo de proteger essa luz tão pura de qualquer escuridão que pudesse ameaçá-la. “Você está linda, Catarine,†ele conseguiu dizer, a voz saindo suave e sincera. Ela parou, seu olhar encontrou o dele, e por um breve instante, o mundo ao redor deles se desfez, deixando apenas a conexão inegável que pulsava no ar.
“Pronta para o festival?†ele perguntou, tentando transmitir confiança. Catarine olhou para Wenzel, seus olhos refletindo uma mistura de excitação e apreensão. "Pronta," ela murmurou, e havia um desafio em sua voz. "Vamos ver o que essa noite reserva."Johann olhou para os dois, seu olhar vigilante enquanto observava a jovem se aproximar de sua escolta para a noite. "Lembre-se, Catarine," ele disse, em um tom sério. "Sei que você gosta de causar problemas. Não faça nenhuma cena esta noite, entendeu?" "Sim senhor papai." Catarine e Wenzel caminharam para fora, onde um cavalo de pelagem negra esperava por eles. Wenzel ajudou Catarine a montar no cavalo, segurando sua mão frágil enquanto ela colocava o pé no estribo. A noite estava estrelada, e uma leve brisa gelada os envolveu enquanto começavam a cavalgar em direção ao festival.
O corpo de Catarine colava-se à força do marinheiro. Enquanto cavalgavam em direção ao festival, Wenzel tentava puxar conversa, sua voz suave e reconfortante. “Você vai se divertir comigo, tenho certeza.†No entanto, a mente de Catarine estava longe, dominada por um único pensamento: como ela conseguiria se livrar da vigilância constante de Wenzel e se encontrar com Christian naquela noite. À medida que se aproximavam do festival, o ambiente começava a vibrar com sons e aromas que preenchiam o ar fresco da noite. Lanternas de papel tremulavam nas árvores, iluminando o caminho com uma luz dourada que dançava como estrelas no chão. O cheiro de pão fresco assado e carne grelhada misturava-se com as notas doces de maçãs carameladas e especiarias, criando uma atmosfera envolvente que despertava a fome e a alegria. Os risos e gritos das crianças brincando se misturavam aos sons dos músicos, que tocavam melodias alegres com flautas e violinos, enquanto dançarinos giravam ao redor das fogueiras. O festival da deusa da colheita era uma celebração vibrante, com tendas de comerciantes exibindo suas mercadorias, desde tecidos coloridos a bijuterias artesanais. A energia era contagiante, mas Catarine se sentia presa em sua própria mente, incapaz de aproveitar a festividade. Quando Wenzel parou o cavalo e desceram, a multidão os cercou, e Catarine sentiu o coração disparar. Ela estava cercada por alegria, mas sua alma clamava por liberdade. A pressão dos olhos de Wenzel parecia mais intensa, e ela sabia que precisava encontrar uma maneira de escapar antes que a noite se tornasse uma prisão.
Wenzel, enquanto isso, sentia a tensão no ar, notando a displicência de Catarine. Ele sabia que ela estava tramando algo, e a sensação de impotência começou a crescer dentro dele. Enquanto caminhavam pela festa, ele tentou manter a aparência descontraÃda, mas seus olhos nunca perdiam de vista a jovem, procurando pelos menores sinais de escapada. Catarine respirou fundo, analisando o cenário ao seu redor enquanto a música vibrava no ar. A animação do festival estava em seu auge, e as luzes dançantes iluminavam os rostos sorridentes dos aldeões. Um plano começou a se formar em sua mente, uma oportunidade para escapar do olhar atento de Wenzel. “Wenzel,†ela disse, forçando um sorriso enquanto apontava para uma tenda colorida que exibia uma variedade de mercadorias. “Olha aquele estande de doces! Parece delicioso. Você se importaria de irmos lá?†Surpreso pela súbita animação dela, Wenzel hesitou, mas a curiosidade em seus olhos foi o suficiente para convencê-lo. “Claro, vamos lá.†Ele respondeu, o tom de sua voz revelando um toque de entusiasmo. Assim que se aproximaram do estande, Catarine aproveitou a distração para se perder na multidão. “Espere um segundo, vou só olhar ali!†disse, apontando para um grupo de dançarinos que se moviam de forma exuberante. Sem dar a chance para Wenzel protestar, ela se afastou rapidamente, quase correndo. A música estava em sua máxima, e a energia vibrante da multidão a envolveu como um cobertor quente. Catarine desviou de pessoas dançando e rindo, aproveitando cada momento para se misturar à alegria e à festa. Com cada passo, a pressão dos olhos de Wenzel se afastava, e ela se sentia mais livre. Wenzel ficou parado, perplexo, enquanto Catarine se afastava rapidamente. Ele olhou ao redor, tentando encontrá-la na multidão, mas rapidamente a perdeu de vista. A frustração tomou conta dele, enquanto tentava não perder a calma. “Onde diabos ela foi?†ele murmurou entre os dentes.
Ela se esgueirou entre os grupos, tomando cuidado para não ser vista. O cheiro doce do hidromel e o aroma das comidas tradicionais da Pomerânia deixavam seu estômago roncando, mas não havia tempo para se deter. Sua mente estava focada em um único objetivo: encontrar Christian. Enquanto continuava a se afastar, ela ouviu a música aumentar de intensidade. O ritmo acelerado e as risadas eram como uma chamada, puxando-a para mais longe de Wenzel e mais perto da liberdade. A cada passo, ela se sentia mais viva, as luzes e as cores ao seu redor se transformando em uma nova realidade, uma onde ela poderia ser quem realmente era, longe das imposições de seu pai e das expectativas de Wenzel. Finalmente, após alguns momentos que pareceram eternidade, Catarine encontrou uma pequena abertura entre as tendas e os barracos. Ela se escondeu rapidamente atrás de uma barraca de artesanato, seu coração pulsando de excitação e adrenalina. Respirando profundamente, ela esperou um momento, tentando acalmar a tempestade de emoções dentro de si. Quando olhou para trás, viu Wenzel procurando por ela, seu rosto carregando uma expressão de frustração e confusão. Um sorriso de alÃvio e liberdade se formou nos lábios de Catarine enquanto ela se esgueirava para longe dele, sabendo que tinha apenas um objetivo em mente: encontrar Christian e finalmente se libertar das correntes que a prendiam.
Wenzel correu em desespero pela multidão, seu olhar percorrendo cada esquina, cada rosto familiar, tentando se agarrar a qualquer pista que indicasse aonde Catarine havia ido. A frustração aumentava à medida que a cada passo, a jovem parecia mais e mais distante. "Maldita menina," ele murmurou, lutando contra a raiva que fervilhava dentro dele, "Ela vai pagar por isso. Maldita menina teimosa." Wenzel avançava pelo festival com um semblante tenso, seus olhos inquietos varrendo a multidão em busca de Catarine. Ele tentava manter a calma, mas o nervosismo começava a tomá-lo. A música vibrante e os risos alegres ao seu redor pareciam intensificar sua frustração, e, a cada segundo que passava, sua preocupação aumentava. “Onde ela se meteu?†pensava, os músculos de seu rosto tensionados. Ele passou por barracas coloridas de comidas e bebidas, pelas danças animadas, mas a presença de Catarine não estava em lugar algum. A alegria do festival se tornava um contraste amargo com sua ansiedade, e ele se esforçava para não pensar na possibilidade de que ela pudesse estar fazendo algo que o desapontasse. “Catarine!†ele chamou, mas sua voz foi engolida pela música. Enquanto isso, Catarine se afastava cada vez mais dele, seu coração batendo com uma mistura de medo e excitação. Ela sabia que precisava encontrar Christian, e a ideia de escapar da vigilância de Wenzel a fazia sentir-se mais viva do que nunca. Finalmente, após contornar mais algumas barracas, ela o avistou. Christian estava encostado em uma barraca próxima, com uma presença que fazia o mundo ao redor parecer desfocado. Ele usava uma roupa que refletia o estilo da época, uma túnica preta de tecido rico, adornada com detalhes em prata que pareciam brilhar à luz das lanternas do festival. As mangas eram largas e elegantemente bordadas, enquanto a cintura estava ajustada por um cinto de couro. As calças que se seguiam eram justas e bem talhadas, combinando perfeitamente com suas botas de couro escuro.
Os cabelos longos e negros de Christian caÃam sobre seus ombros, emoldurando seu rosto de maneira quase mÃstica. Seus olhos, negros e profundos como a noite, estavam focados em algo distante, como se ele estivesse procurando por alguém. A combinação de sua beleza e a elegância da roupa o tornavam irresistÃvel, e Catarine sentiu uma onda de admiração invadir seu peito ao vê-lo. Aproximando-se dele com um sorriso travesso, Catarine disse: “Procurando por alguém, senhor Sastre?†Sua voz era suave, e a provocação em seu tom estava ali, como um chamado para que ele a notasse. Christian virou-se lentamente em direção a ela, e a visão de Catarine fez seu coração parar por um instante. Ele ficou sem fôlego ao vê-la vestida de maneira tão feminina, livre das túnicas de ferreira e da dureza de sua vida como guerreira. O vestido verde acentuava suas curvas jovens e realçava as sardas delicadas em seu rosto. Os olhos cor de mel dela brilhavam com uma vivacidade que ele nunca havia notado antes, e a flor em seu cabelo adicionava um toque de inocência e beleza à sua aparência. “Catarine...†ele murmurou, a voz falhando momentaneamente enquanto a realidade do momento se estabelecia. Ela não era mais a menina que ele conhecia; ela era uma mulher, e isso o surpreendeu de uma maneira que ele nunca poderia ter previsto. Catarine riu suavemente, sentindo a energia entre eles pulsar. O ambiente ao redor parecia desaparecer enquanto a conexão entre eles se tornava mais intensa, e ela sabia que estava exatamente onde queria estar.
Christian se recuperou rapidamente, e um leve sorriso brincou em seus lábios enquanto ele a estudava. “Você está diferenteâ€, ele disse, com a voz rouca. Catarine deu um passo mais próximo dele, enquanto os sons do festival se dissolviam em um zumbido distante. “De um bom ou de um mal jeito?†ela perguntou, a provocação ainda presente em seu tom. Christian riu baixinho, o som reverberando pelo peito e enviando um arrepio pela espinha de Catarine. “Do melhor jeito possÃvel.†“Catarine!?†Chamava Wenzel. O chamado ecoou pelo ar, mas Catarine estava muito longe para ouvir. Ela se encontrava presa em um mundo de duas pessoas, com Christian de frente para ela, o corpo próximo o suficiente para que ela pudesse sentir o calor emanando de seu corpo. A música era um zumbido distante, e o único som que Catarine conseguia ouvir era a batida frenética de seu próprio coração. Christian a encarou, aquele olhar penetrante que sempre a fazia sentir um misto de vulnerabilidade e força. "Você está linda", ele murmurou, a voz rouca.
Catarine e Christian se aproximaram lentamente, como se o mundo ao redor tivesse desaparecido. O espaço entre eles encolhia até que, finalmente, ela se lançou em seus braços, envolta em um abraço que parecia ter sido esperado por toda a vida. Christian a segurou com força, sentindo o calor de seu corpo e o cheiro doce que emanava dela, uma mistura de flores e o frescor da noite. “Então, você veio mesmo se encontrar comigo?†ele sussurrou em seu ouvido, a voz baixa e cheia de emoção. Havia um brilho em seus olhos que iluminava seu rosto enquanto ele a observava, admirando cada detalhe de sua beleza. “Eu disse que ia dançar com você essa noite,†ela murmurou, um sorriso iluminando seus lábios. A intimidade entre os dois crescia, e o mundo parecia reduzir-se a apenas eles, perdidos em um momento que parecia eterno. Enquanto Wenzel continuava a procurar por Catarine no festival, a música ao fundo se tornava um chamado sedutor. Christian puxou Catarine para perto, seus corpos se movendo em sintonia com a melodia. Eles dançavam sob a luz suave das lanternas, cercados pela alegria e celebração ao redor, mas completamente absorvidos um no outro. A dança era leve e despreocupada, com risos e olhares que diziam mais do que palavras poderiam expressar. Christian guiava Catarine com confiança, e ela se entregava a ele, permitindo-se sentir a felicidade que há tanto tempo lhe fora negada.
Enquanto os dois giravam e se moviam com graça pelo espaço improvisado de dança, o mundo fora parecer diminuir em importância e significância. O som dos passos de Christian eram como um ritmo que só Catarine conseguia ouvir, e a sensação de suas mãos a guiando era única. Ela se sentiu segura em seus braço, como se nada pudesse tocá-la enquanto estivesse com ele. Os olhares compartilhados e os sorrisos eram trocas especiais, como se toda a história que eles tinham vivido antes fosse culminar naquele momento. O coração de Catarine pulsava em unÃssono com a música, e enquanto giravam, ela sentia a liberdade e a alegria fluÃrem por suas veias. Cada passo, cada movimento, trazia uma onda de emoção, e a conexão entre eles se tornava cada vez mais palpável. Christian se inclinou mais perto, seu rosto quase tocando o dela, e o tempo parecia desacelerar. “Catarine,†ele disse, sua voz baixa e Ãntima. “Você é tudo que eu sempre quis.†Com um impulso de coragem, Christian inclinou-se para frente, capturando os lábios de Catarine com os dele.
O beijo foi suave no começo, mas logo se intensificou, uma fusão de desejos reprimidos e sentimentos latentes. Ela se entregou completamente, fechando os olhos e deixando que a paixão os envolvesse. O mundo ao redor desapareceu, e o único som que ela ouvia era o ritmo acelerado de seus próprios corações. Enquanto a música ecoava em suas almas, a intensidade do momento crescia. Era um beijo que falava de promessas e esperanças, de um futuro que ela ousava sonhar. E, enquanto Wenzel continuava a procurar por ela, nada mais importava. Para Catarine e Christian, aquele era o momento que definia tudo. O beijo se prolongou, um extase que parecia não ter fim. As mãos de Christian passeavam pelas costas de Catarine, enquanto ela se apoiava nele, entregando-se à intensidade do momento. A música ainda ecoava ao fundo, mas era apenas um detalhe em segundo plano. Tudo o que importava era aquele contato, aquele calor que envolvia seus corpos e suas vontades. Quando finalmente se separaram, ambos ofegantes, foi como se todo o ar tivesse escapado de seus pulmões. Eles se encararam, os olhos iluminados de emoção.
Após o beijo que fez o coração de Catarine disparar, ela e Christian se afastaram do festival, suas mãos entrelaçadas enquanto caminhavam em direção à floresta. O som da música e das risadas do povo se tornava cada vez mais distante, substituÃdo pelo suave sussurrar das folhas e o cantar dos grilos na noite. Wenzel, desesperado, continuava sua busca frenética entre as barracas e os grupos de dançarinos, sem saber que Catarine havia encontrado o que realmente procurava. A floresta parecia acolhê-los, com sombras dançantes sob a luz da lua. Cada passo que davam aumentava a conexão entre eles, e a eletricidade no ar era palpável. Christian puxou Catarine mais perto, seu corpo quente contra o dela, e a intensidade do momento parecia crescer a cada instante. Assim que alcançaram uma área mais isolada, Christian a encostou gentilmente contra uma árvore, os olhos negros dele brilhando com um desejo que ela nunca havia visto antes. O mundo exterior desapareceu, e apenas eles dois existiam. Com um movimento suave, ele inclinou-se para ela, os lábios se encontrando novamente, mas desta vez com mais fervor.
O beijo se aprofundou, e as mãos de Christian passeavam pelas curvas do corpo de Catarine, traçando um mapa de desejo na sua pele. Ela se entregava aos seus toques, cada um deles enviando ondas de excitação pelo seu sistema. A floresta à volta era um mero borrão, apenas um cenário para a paixão que ardia entre eles, fazendo tudo ao redor parecer insignificante. Ela entrelaçou os dedos nos cabelos de Christian, aprofundando o beijo com um desejo ardente. A lÃngua deles dançavam em um ritmo apaixonado, uma troca de promessas silenciosas. Christian prendeu as mãos de Catarine acima da cabeça, sua presença poderosa e protetora ao mesmo tempo. O toque dele fazia com que a pele dela ardesse, e o coração dela parecia querer saltar para fora do peito. Ela se entregou completamente ao momento, respondendo ao beijo dele com uma intensidade que a surpreendeu. As árvores ao redor eram testemunhas silenciosas da intimidade crescente entre eles. Christian se afastou um pouco, olhando nos olhos de Catarine, como se quisesse decifrar cada pensamento que passava pela mente dela. “Eu não quero que isso acabe,†ele murmurou, a voz baixa e cheia de emoção. “Nem eu,†ela respondeu, seu coração pulsando com a verdade de suas palavras. A floresta, antes intimidadora, agora parecia um refúgio onde poderiam ser verdadeiros um com o outro, longe das expectativas e dos olhares julgadores.
O sussurro compartilhado entre eles foi como um pacto selado, e Christian voltou a beijar Catarine com ainda mais fervor. As mãos grandes dele exploraram as curvas de seu corpo, enquanto ela o atraÃa para mais perto, desejando sentir cada centÃmetro de seu toque. A floresta parecia envolve-los, os sons dos insetos a distância misturavam-se com a respiração ofegante deles enquanto o tempo parecia parar em seu eixo. Christian a puxou para mais perto, seus lábios encontrando os dela num apetite voraz. Ele a beijava com uma intensidade que fazia o mundo ao redor desaparecer. O calor de seu corpo, o toque delicado das mãos dele em seu rosto e na cintura, despertavam algo profundo dentro dela. O tempo parecia parar enquanto a paixão entre eles crescia, uma chama ardente que não podia ser extinguida. As preocupações com Wenzel e as obrigações familiares eram deixadas para trás, e tudo o que importava era aquele momento de pura conexão e amor. Catarine se permitiu sonhar, mesmo que por um instante, com um futuro onde pudesse ser livre, onde não precisasse se esconder, onde poderia viver plenamente ao lado de Christian. E enquanto as estrelas brilhavam acima, ela fechou os olhos e mergulhou mais fundo naquela paixão, segurando-se a ele como se ele fosse a âncora em um mar revolto. A noite na floresta era um manto de mistério e sensualidade, e a conexão entre Christian e Catarine se tornava cada vez mais intensa. Enquanto os lábios se entrelaçavam, ele deslizou a mão suavemente pelo corpo dela, sua pele ardendo sob o toque dele. Com um movimento cuidadoso, ele começou a explorar, passando a mão por cima do vestido verde que realçava as curvas jovens de Catarine.
A sensação provocado pelos toques experientes de Christian era indescritÃvel. Catarine sentia como se seu corpo inteiro estivesse em chamas, respondendo aos estÃmulos dele com um desejo quase desesperado. Cada centÃmetro de sua pele parecia estar vivo, consciente do menor gesto dele. Enquanto ele a encostava com delicadeza contra a árvore, ela envolveu seus braços ao redor de seu pescoço, puxando-o mais para perto, querendo sentir cada partÃcula de seu corpo contra o dela. Ela ofegou com a mistura de excitação e nervosismo à medida que as mãos de Christian subiam pela coxa, sentindo-se vulnerável e poderosa ao mesmo tempo. Cada toque novo a deixava mais consciente do desejo que crescia dentro dela, uma chama que a consumia. Christian, percebendo a resposta dela, intensificou seu toque, a ponta dos dedos acariciando suavemente a pele exposta, fazendo com que Catarine fechasse os olhos e se entregasse à sensação. “Catarine…†ele sussurrou, a voz carregada de um desejo quase primal. Quando ele passou a mão por baixo do vestido, a respiração dela ficou irregular, o coração disparado em seu peito. O mundo exterior parecia desaparecer, e tudo o que restava eram eles, as sombras dançantes das árvores e o calor crescente entre eles.
Ela nunca havia experimentado nada parecido; os toques dele eram novos e excitantes, provocando uma onda de sensações que a deixava sem fôlego. A cada movimento, a cada carÃcia, ele a levava mais fundo em um estado de êxtase, revelando a mulher que ela ainda estava descobrindo. Enquanto isso, do lado de fora, Wenzel percorria o festival com a preocupação estampada no rosto. Ele perguntava a cada barraca, a cada grupo de dançarinos, se alguém havia visto a filha do ferreiro. “Você viu uma jovem com olhos cor de mel e um vestido verde?†Ele insistia, sua voz cada vez mais tensa. O contraste entre a tensão de Wenzel em sua busca desesperada e a paixão entre Catarine e Christian dentro da floresta era palpável. Enquanto Christian a encostava contra a árvore, suas mãos percorrendo seu corpo de forma quase desesperada, Catarine sentia-se em um mundo diferente, onde nada se importava além daquele momento de pura conexão. Ela se entregava à sensação de suas mãos, permitindo que ele a explora-se com uma intensidade quase possessiva. "Christian," ela murmurou, a voz entrecortada pelo desejo.
Os rostos se voltavam para ele, alguns se afastando, outros olhando com um misto de curiosidade e compaixão. Até que, finalmente, um senhor sentado em uma banca, cercado por suas mercadorias, levantou a cabeça e disse: “Sim, eu a vi. A jovem estava saindo do festival, caminhando em direção à floresta.†A resposta ecoou na mente de Wenzel como um trovão. O coração dele disparou, e uma sensação de pânico começou a tomar conta dele. “Catarine!†Ele exclamou, a urgência em sua voz levando-o a correr em direção à floresta. A última coisa que ele queria era que ela se perdesse ou, pior ainda, que encontrasse alguém que não deveria. Enquanto Christian e Catarine continuavam a se perder um no outro, a tensão no ar era palpável, cada toque e cada suspiro preenchendo o espaço entre eles com promessas de algo mais. Eles estavam tão envolvidos um no outro que não perceberam o perigo se aproximando na forma de Wenzel, determinado a trazer Catarine de volta, custe o que custar. A tensão entre Christian e Catarine era quase palpável, um fio invisÃvel que os ligava, intensificando a atmosfera ao redor. Christian pressionou o corpo dela contra a árvore, sentindo a suavidade da pele dela contra a casca rugosa, enquanto seus olhos escuros brilhavam com uma mistura de desejo e determinação. “Não está com medo, Cate?†A voz de Christian era rouca, carregada de emoção, enquanto ele observava cada reação dela. “Não.†Ela respondeu com confiança, sua voz firme, mesmo diante do que estava prestes a acontecer. Aquela segurança a tornava ainda mais atraente para ele. A certeza que emanava dela acendeu um fogo dentro dele, e as mãos de Christian começaram a explorar mais, subindo pelas coxas dela, sentindo a suavidade da pele sob o vestido. “Eu quero você... Christian Sastre...†As palavras dela eram um sussurro envolvente, como uma canção hipnotizante. Ela sorriu, um brilho travesso nos olhos que fez o coração dele acelerar. “Eu quero ser sua... me toque mais.â€
Christian sentiu o corpo inteiro se aquecer com a declaração dela, um desejo primitivo tomando conta dele enquanto as palavras dela reverberavam em sua mente. O modo como ela se entregava a ele, seu desejo tão evidente quanto o dele próprio, enchia-o de um sentimento de poder e paixão que era quase demais para suportar. O vestido verde dela se entreabriu enquanto as mãos de Christian percorriam suas coxas, revelando pequenos trechos de pele que ele ansiava por explorar. O pedido dela o deixou ofegante, a urgência da situação misturando-se com um desejo que ele nunca havia sentido antes. Christian não hesitou. Ele continuou a tocá-la, suas mãos movendo-se com reverência, explorando cada centÃmetro do corpo dela. Os gemidos baixos que escapavam dos lábios de Catarine eram como música para seus ouvidos, um sinal de que ela estava tão envolvida naqueles momentos quanto ele. Catarine se deixou levar, mergulhando na intensidade de suas carÃcias. Cada toque dele a fazia sentir-se viva, como se ela estivesse despertando para uma nova realidade. Ele era mais do que um simples desejo; ele era a liberdade, a paixão e a promessa de algo que ela queria desesperadamente. Ela arqueou o corpo contra ele, incentivando-o a explorar mais, a aprofundar aquele momento. Christian a olhou com intensidade, os olhos escuros fixos nela, como se estivesse buscando a confirmação de que aquele era o caminho certo. E ela não hesitou em oferecer, permitindo que seu desejo transbordasse, revelando-se completamente diante dele.
Enquanto a floresta ao redor parecia desaparecer, envolvida em um silêncio cúmplice, apenas os dois existiam naquele espaço, imersos na promessa de uma noite que mudaria suas vidas para sempre. Christian olhou nos olhos de Catarine, buscando qualquer sinal de hesitação. Ele sabia que aquele momento era um divisor de águas, um passo em direção a algo irrevogável. Com um gesto hesitante, ele abaixou um pouco as calças, revelando a urgência que o consumia. O ar ao redor deles parecia vibrar com a expectativa. “Você tem certeza?†Ele perguntou, a voz rouca, quase um sussurro, enquanto seus olhos fixavam-se nos dela, tentando transmitir todo o cuidado que sentia. Catarine olhou para Christian com um misto de expectativa e nervosismo, sua respiração rápida e profunda enquanto ela observava seus movimentos. O momento era delicado, carregado de emoção e desejos desenfreados. Ela pôde perceber a urgência em seus olhos e sentir a intensidade em seu toque, e sentiu um formigamento percorrer-lhe o corpo. Enquanto ele perguntava se ela estava pronta, ela tentou fazer um gesto com a cabeça, sua voz falhando no esforço de falar. "Sim," ela conseguiu sussurrar, finalmente.
O coração dela estava acelerado, um misto de nervosismo e desejo a envolvia. Ela estava ciente do que estava prestes a acontecer, mas não havia como voltar atrás. O desejo a consumia, e a necessidade de estar com Christian era mais forte do que qualquer medo que pudesse sentir. Christian avançou, os corpos se unindo em uma dança lenta e Ãntima. Ele a tomou em seus braços, segurando-a com firmeza, como se quisesse protegê-la de qualquer coisa, exceto da própria paixão que estavam prestes a compartilhar. Ele segurou suas pernas abertas, revelando mais de sua genitália, ele pulsava de desejo, sentindo o cheiro da pureza dela invadindo seu olfato sensÃvel. Christian levou uma mão até as nádegas dela, apertando-as com força e fazendo com que seus corpos se pressionassem mais. "Eu quero você" ele murmurou contra o lábio dela, sua voz áspera e cheia de desejo. Catarine arqueou as costas, respondendo ao toque dele com um gemido baixo. "Eu...eu não sei muito o que fazer..." Ela admitiu. A inocência transparecendo. "Apenas, mantenha as pernas abertas, eu vou fazer o resto." Catarine assentiu, sentindo-se vulnerável e entregue. Ela abriu as pernas ainda mais, permitindo que ele visse mais dela. Christian sentiu um arrepio percorrer-lhe a espinha diante daquele gesto de confiança. "Relaxe," ele sussurrou, suas mãos percorrendo suas coxas com ternura. "Farei com que seja bom para você."
Ela acenou com a cabeça, tentando acalmar-se um pouco. Christian estudou seu rosto por um momento, observando a confiança nela, que superava o nervosismo. A luz fraca da lua tornava-a ainda mais bonita em seus olhos. Ela era sua, finalmente. Christian avançou, posicionando-se entre as pernas dela, sua respiração rápida e superficial. Ele podia sentir a respiração dela se misturando à dele enquanto deslizava as mãos pelas coxas dela. Lentamente, Christian começou a penetrar na entrada de Catarine, a jovem agarrou os ombros dele com força, sentindo uma dor aguda atravessar seu corpo. "Ah!" Ela gemeu de dor. Christian parou imediatamente assim que ouviu seu gemido de dor. Ele olhou para ela com uma expressão preocupada. "Eu machuquei você?" Ele perguntou, tentando controlar a própria excitação. "Isso...dói..." Ela admitiu, os olhos se enchendo de lágrimas, o rosto vermelho deixando ela mais vulnerável. Ele a pressionava mais contra a árvore, apoiando o peso dela em cima do seu, se encaixando mais ainda entre suas pernas. "Cate..." Ele a beijou, tentando distrair ela da dor. Christian se afastou o suficiente para olhar para ela, seu rosto franzido de preocupação. A dor da perda de sua virgindade era clara em seus olhos, mas havia uma determinação ali. "Desculpe," ele sussurrou, beijando-a novamente. "A dor passará, eu prometo. Apenas respire, relaxe." Os beijos de Christian eram ternos, tentando transmitir conforto e paixão enquanto ele continuava a tomá-la como dele.