Por debaixo da porta e pelas frestas da janela a neblina começa a entrar no nosso
ambiente. Ela eÌ inodora, noÌs tambeÌm.
— Velha — perguntou Augustin com a sua calma peculiar —, você sabe o que essa
neblina faraÌ de noÌs? Ela nos amalgaraÌ?
Isso estaÌ me lembrando um clube underground em TaÌ‚nger, onde a fumaça cobria ateÌ
mesmo os nossos braços, e não conseguiÌamos ver quem estava ao nosso lado quando
estaÌvamos no subsolo.
Ainda existe algum recurso para o meu psicopompo nos levar ateÌ laÌ? Pelo menos haÌ
muÌsica nesta pista...
- MuÌsica na pista, disse Velha com um leve esboço de sorriso no rosto.
- Sim, Velha dessas que nos ajudam a enxergar apesar da fumaça, da neblina e de noÌs
mesmos!
Nesse momento luzes azuis começaram a piscar e um som grave nos invadiu a ponto
de quase nos desintegrar, nossos corpos começaram a balançar em um ritmo freneÌtico.
Valentina como haÌ muito não fazia, performou a sua dança que nada lembrava o
minueto, a contradança e a gavota.Â