Talk show é um gênero de programa televisivo ou radialístico, em que uma pessoa ou um grupo de pessoas se junta e discute vários tópicos que são sugeridos e moderados por um ou mais apresentadores. Muitos apresentadores só se tornaram famosos por causa dos seus programas, mas também há o processo inverso, quando uma personalidade famosa decide ter seu próprio programa. Habitualmente, um talk show é uma espécie de rubrica de informação, uma forma de "conversação conversada" em oposição à "conversação textual". Existe um público, na maioria das vezes, que observa tudo e tem direito de manifestação. São usadas técnicas de descontração e informalidade.
– Boa noite senhores e senhoras telespectadores, hoje, aqui, “Ao Lado do Escu Lachus”, vamos ter a participação da pequena e grande atriz Kelly Meggy, a nossa eterna e queridíssima pequena Doly, que foi escolhida pela academia de cinema para receber o Oscar de melhor atriz, ainda quando tinha somente 10 anos, no primeiro filme da saga “No Reino Mágico de Wozzy” e também participou de diversos outros filmes, muito querida por fãs de todas as idades do mundo inteiro. – VEM PRA CÁ MENINA!
Sobre os aplausos da plateia toda de pé, um forte holofote ilumina uma entrada do palco, de onde surge Kelly, a luz a acompanha durante sua entrada e sua movimentação no palco.
A orquestra composta por um quinteto de músicos, todos vestido finamente em seus terninhos escuros e gravata borboleta,posicionada no lado esquerdo do palco, sob uma fraca iluminação,começa a tocar a música tema do filme “No Reino Mágico de Wozzy”, enquanto Kelly se dirigi até o apresentador que a recebe com um cumprimento e um beijo na testa, segurando-a pela mão, ambos se virão para a plateia fazendo reverência, Doly, ops, Kelly de curva levemente, abrindo o braços e a mão esquerda segura a aba do vestido rendado, cruzando a perna direita por detrás da esquerda, ela está vestindo, o figurino usado no filme Mágico de Wozzy, vestido rosado claro rendado, meias longas brancas e sapatinho dourados, além de duas tranças nos cabelos, uma de cada lado.

Após os cumprimentos ela se senta no sofá acolchoado, coberto com uma pele de camurça, posicionado ao lado da bancada do apresentador, este se senta em sua poltrona atrás da bancada escura que tem o formato de uma letra “S” deitada, onde a curva de baixo do S serve de encosto para o entrevistado e a parte de cima do “S” serve de mesa. Após acomodados, o apresentador oferece uma caneca personalizada do programa com alguma coisa líquida nela. Kelly olha para a plateia que está bem distribuída no auditório que está praticamente cheio, na sua maior parte de mulheres, depois espia para o telão ao fundo do palco onde está passando algumas cenas de sua carreira, principalmente no papel de Doly.

Elvin costuma vestir um figurino um tanto extravagante nos programas, e o combo escolhido para hoje não foi muito diferente, é composto por um terno roxo com detalhes em brilhos purpurizados, uma camisa de seda laranjada e uma gravata borboleta colorida, seus cabelos compridos, que chegam a tocar no ombro, está preso com um rabo de cavalo deixando-o semelhante com o ator Steven Seagal.

O apresentador ergue a mão direita com o punho cerrado como se estivesse manuseando uma batuta, faz um giro no ar e depois aponta para baixo no mesmo instante a música cessa, a entrevista tem início.
– Seja bem-vinda ao programa! Você está nostalgicamente encantadora com este figurino da Doly, me diga Kelly, como você se sente depois de tanto tempo, quase quinze anos depois, ainda ser reconhecida e aplaudida por um papel interpretado lá no início de sua carreira?
– Olha, eu devo muito da minha carreira ao papel da Doly, realmente foi uma personagem marcante que me lanço ao mundo artístico, sempre serei eternamente grata a isso, mas agora, creio que tá na hora de deixar pra trás e investir em novos personagens, mostrar minhas outras facetas, que eu tenho certeza que posso dar vidas a outros personagens diferentes…
– Mas teus fãs te admiram pelo papel de Doly, já pensou em fazer um remake, ou algo parecido como o Mágico de Wozzy 3.0,parece que há um boato sobre “O Novo Mágico de Wozzy”?
Remake – no cinema ou na televisão, nova versão de um filme ou de um programa que teve muito sucesso.
– Não, nem me passa pela cabeça! E mesmo que ocorra um remake, ou mais uma sequência do filme, não aceitaria participar, pois acho que isso já é passado pra mim, é a Doly, assim como Peter Pan, é uma personagem que não pode crescer no imaginário das pessoas, e eu já cresci. Os fãs da Doly, querem uma Doly como ela era, e os fãs da Kelly sempre serão fãs da Kelly.
– Mas para os fãs de Doly, você, Kelly sempre será a vencedora do Oscar de melhor atriz representando a inesquecível Doly.
– Como já disse eu devo muito à Doly, foram três filmes dando vida a personagem, mas, os meus fãs também admiram meus outros trabalhos, inclusive no filme A Boneca Assassina, houve reconhecimento da Academia como destaque em filme de suspense, nesse filme interpretava a menina Pâmela, também tive indicação para atriz coadjuvante por dar vida à Renê em O Leitão e a Menina, além da A Pequena Princesa…
– Certo… certo… mas de acordo com a crítica e a opinião pública, a Doly foi a personagem mais aclamada e elaborada que você já interpretou, pois era uma criança guerreira, sem medo e um coração puro?
– Sim, a Doly era a mais aclamada, mas na minha própria crítica, a Pâmela em “A boneca assassina” era um papel bem mais elaborada, pois, eu ainda era uma criança de 13 anos, tive que sair da minha zona de conforto, me arriscar, e embora a produção tentasse me preservar, eu visualizava cenas de terror, as manchas de sangue, aquela boneca horrível, e ainda assim me conter meus medos e interpretar a personagem…
– OK, mas o que você acha que faltou na Pâmela que sobrou em Doly para se tornar um personagem marcante?
– Olha Pâmela fazia parte do enredo de um filme de suspense, então obviamente o público-alvo era outro, mas o papel dela foi muito mais trabalhoso, hoje eu vejo como minha melhor atuação e…
– Entretanto, o público não aceitou muito a mudança busca, da meiga, doce, destemida Doly, para a aterrorizada Pâmela, você acredita que isso se deve ao fato de que a Doly tem muito mais a ver com sua personalidade?
– Doly era uma personagem cativante, que agradava a todos os públicos, desde os mais pequenos até os vovôs e vovós, e ninguém queria ver uma criança aterrorizada, mas o que eu quero dizer, é que para interpretar Doly, o esforço artístico era menor, já Pâmela exigiu muito de mim, desde expressões faciais, corporal, autocontrole emocional, entonação de voz, foi todo um conjunto para atingir o objetivo proposto.
– E quanto a Alice? Ou devemos dizer “Doly no País da Maravilha”?
– A Alice… Alice realmente não foi um dos meus melhores trabalhos, acho que os diretores idealizaram uma Alice parecida com a Doly e por isso me chamaram, o problema, creio eu, que haviam muitas coincidências entre as duas personagens, muito além de mim e da Doly e situação parece que acabou escapando um pouco do controle, e quando se percebeu a semelhança exagerada, não tinha mais como corrigir, o orçamento já estava estourado, os prazos vencidos, ou seja, não tinha mais volta, era ou lançar o filme e tentar recuperar o que dava, ou a produção arcar com todo prejuízo..
– De minha parte, eu confesso, que adorei a sua performance como Alice em “Doly no País das Maravilhas”, para uma Alice, você foi ótima como Doly!
Completou Elvin dando uma risadinha sarcástica, enquanto observava o telão do palco que exibia algumas cenas de Kelly no filme Alice no País das Maravilhas, o público também riu da piada e Kelly disfarçou achar graça dando um sorriso.