Gerhard entra no quarto eacorda Sara, logo que acaba de ver no noticiário sobre os acontecimentos com Kelly.
– Querida! Você precisa ver o noticiário, é sobre sua paciente. Fala ligando a TV do quarto
Sara se levanta e coloca um robe rosado, enquanto acompanha atentamente a narrativa do telejornal, de imediato reconhece Kelly e deixa seu corpo cair na cadeira e coloca as duas mãos sobre a boca aberta exclamando:
– Não acredito!
…
Já no consultório, Dra. Sara está pensativa, decide que vai ir falar com Kelly, pede para a secretária cancelar todas as consultas do dia seguinte, seus pensamentos a atormenta, imaginando a cena do ocorrido, os fatos que levaram a sua paciente a cometer tamanho desatino, lembra as palavras de Kelly: “as vezes dá vontade de matar!”, mas ela parecia que estava melhorando, que estava superando a fase, estava quase em alta, o que teria acontecido para ter a uma recaída? eram dúvidas que martelavam em sua cabeça, mas a pior de todas “ONDE FOI QUE EU FALHEI?”, pensou ela, precisava falar com Kelly para entender melhor a situação, mas estava ela fazendo isso por si mesma? ou por Kelly? Não queria admitir seu fracasso profissional? ou como terapeuta, devia dar todo apoio a sua paciente neste momento horrível? Ou devia manter o distanciamento profissional, não se envolvendo emocionalmente com sua cliente? mas isso já parecia estar impossível, pois as pessoas facilmente se apegavam a Kelly.
Ainda meio atordoada pelas marteladas do pensamento, pediu para secretária não mais desmarcar sus clientes, aguardaria um momento oportuno para falar com Kelly, talvez o momento não fosse o mais adequado, além do mais, qualquer coisa que ela comentasse poderia prejudicar mais a situação da garota.