Ricardo
e Isabel são flagrados em um momento íntimo, traindo seus respectivos
parceiros. Ambos se levantam da cama, começam a se vestir e tentam explicar o
inexplicável:
—
Posso explicar a situação. Estava me sentindo muito carente. Me escuta Beto! —
Fala Isa afobadamente.
Alberto
respira fundo, toma coragem e responde:
—
Tu e esse canalha vistam-se e vão embora. Sumam das nossas vidas!
Ricardo
se aproxima de Bianca, que está paralisada em estado de choque, segurando-a
fortemente pelos braços e sacudindo-a:
—
Bibi tu tem que me perdoar, sabe que todo homem é assim. Fui fraco, não pude
resistir!
—
Tira suas mãos sujas de minha irmã, seu covarde! — Grita Beto, agarrando os
braços de Ricardo e fazendo-o soltar Bianca. Ricardo reage à interferência
empurrando Beto e derrubando-o no chão.
Nesse
momento, o covarde sente uma pancada no lado direito do rosto, quebrando um de
seus dentes. Era Márcio que o havia acertado com um gancho de direita:
—
Quebrou meu dente seu marginal. — Fala Ricardo em tom racista para Márcio,
engatinhando.
Ele
não consegue nem se levantar e já sente três pancadas nas costelas. Era Pedro
chutando-o. Isa tenta acudi-lo antes que o adolescente o espanque mais:
—
Para, vai matar ele! — Grita Isabel preocupada com o amante.
Márcio
levanta seu amigo Beto do chão e Bibi toma coragem para falar:
—
Como Beto disse, vão embora. Nos esqueçam. Tudo acabou entre nós. Ninguém quer
dois canalhas por perto.
Isa
ajuda Ricardo, machucado, a se levantar. Ele veste sua camisa e sentencia os
outros:
—
Isso não vai ficar assim!
Beto
parte com raiva em direção ao traidor, mas os outros o seguram e o acalmam.
Isa
vai na direção de Bibi, levanta o dedo indicador em direção a ela e dispara:
—
Tu tem inveja de mim. Sou linda e perfeita. Eu não poderia ficar mais com
aleijado como teu irmão. O Ricardo também é perfeito e era muito para ti, uma
gorda, feia e escrota.
Ouve-se
apenas um forte estalo e Isa cai no chão. Era Bibi que tinha dado um tapa forte
no lado esquerdo do rosto dela.
Após
esse embate, Bibi sai correndo para a rua, completamente sem rumo. Pedrinho e
Pati vão atrás dela, com medo de que ela faça alguma besteira.
Ricardo
atira a bagagem de Bibi no chão, no meio da rua. Isa entra em seu carro, e os
dois finalmente vão embora.
Leca
junta a bolsa e a mala de Bibi do chão com a ajuda de Márcio:
—
Desculpe por tudo. Mas quando aquele canalha empurrou o meu amigo o derrubando,
não me segurei.
—
Eu também senti vontade de dar umas porradas neles Márcio. Caso eles
insistissem ficar mais um tempo eu não responderia por mim.
Os
dois entram na sala onde Monique, Rafa e Beto conversam:
—
Como é que eu não percebi antes. Estavam nos traindo embaixo dos nossos
narizes. — Lamenta-se Beto.
—
Ainda bem Beto que tu soube a tempo. — Pondera Rafa.
—
Não fica assim meu amigo, tu ainda vai ter uma namorada que será uma guria
legal contigo. — Explica Monique.
—
Monique tem razão. Isso não é fim do mundo. Tu vai superar! — Márcio tenta
animar o amigo.
—
Obrigado meus amigos! — Agradece Beto a todos.
—
Onde será que foram parar a Pati, o Pedro e a Bibi? — Pergunta Leca.
—
Não sei, mas vou pegar o carro para procurá-los. —Responde Rafa, saindo com a
chave do seu carro na mão.
Ela
é a mais velha do grupo. É uma mulher de um metro e setenta, com olhos azuis e
cabelo preto cortado bem curto, equilibrado ao seu lindo rosto. Seu corpo é
curvilíneo, mas ela o esconde com roupas masculinas bem largas. Aos vinte e
quatro anos, possui uma maturidade que sobressai perante os outros jovens ali
presentes.
Leca
convida Monique a ir com ela ao quarto para limpar a sujeira dos adúlteros. A
ruiva diz que não consegue ajudá-la o suficiente, mas a outra menina diz que,
pelo menos, elas podem colocar a fofoca em dia.
As
duas saem da sala já cochichando uma com a outra. Márcio faz um convite ao
amigo:
—
Sabe cara, acho que devemos continuar com os nossos planos.
—
Como assim Márcio?
—
Ainda fazermos o nosso churrasco.
—
Não sei se estou no clima! — Lamenta Beto.
—
Não vamos cancelar nosso churrasco por causa daqueles dois. Devemos isso a
Dinho. Ele certamente não gostaria de vê-lo assim se lamentando.
—
Tem razão Márcio, vamos lá assar essa carne.
Os
dois rapazes se dirigem à geladeira na cozinha, tiram os pedaços de carne e
pegam o sal grosso que está em cima do balcão, indo em direção à churrasqueira
que fica nos fundos da casa, em uma área de serviço. O local possui uma pequena
pia de cozinha onde Márcio começa a espetar e salgar a carne enquanto Alberto
acende o fogo.
Já
era noite quando Leca e Monique chegam ao local onde os dois rapazes estão
assando a carne:
—
Será que a Rafa encontrou aqueles três? — pergunta Leca curiosa.
Pati,
Pedrinho, Bibi e Rafa chegam no local nesse momento:
—
Chegou o assunto gurizada! — Fala Pedro marotamente.
Todos
caem na gargalhada. Bibi e Leca foram fazer uma caipirinha. Rafa foi pegar uma
cerveja e ofereceu para os meninos. Pedro queria beber, mas sua irmã disse que
ele era muito criança para isso e não o deixou pegar uma cerveja, mas sim um
refrigerante.
Desde
o acidente, Beto deixou de beber álcool, mesmo que socialmente.
Márcio
e Patrícia são totalmente contra bebida por causa do pai alcoólatra que os
abandonou.
Monique
também não é de álcool; apenas experimentou a caipirinha e ficou tomando um
refrigerante.
Todos
conversam alegremente, como se o que ocorreu algumas horas antes não tivesse
acontecido:
—
Não acha que tá exagerando maninha? — Pergunta Beto para Bibi.
—
Sou corna, o que me resta é beber. — Reponde ela agarrando Pedrinho.
Ela
e Leca se sentaram, cada uma de um lado de Pedro, assediando-o o tempo todo.
Rafa fica constantemente de olho no irmão e nas duas outras meninas. O
adolescente, é claro, está gostando muito daquele seu pequeno harém.
A
carne acaba e as bebidas também. Leca e Bibi estão embriagadas e assediando
constantemente Pedrinho:
—
Bem gurias, larguem o garanhão aí, e vamos dormir.
—
Quero ficar com ele. — Fala Bianca com a voz enrolada.
Pati
leva Bibi apoiada nela, visivelmente embriagada.
Rafa
conduz Leca, que também está bem alterada.
As
duas ficam jogando beijos ao adolescente:
—
Tu também vai dormir que estou mandando, pois sou tua irmã mais velha. — Grita
Rafa.
—
Tá bom, mamãe! — fala Pedrinho rindo.
—
Para o quarto dos meninos. — Reprende Rafa, quando ele tenta entrar junto com
elas no quarto.
—
Bom eu também vou tentar dormir. Boa noite! — despede-se Beto de Monique e
Márcio.
Os
dois ficam sozinhos, e a ruiva conta ao namorado que tinha percebido algo de
errado com Ricardo e Isa. Ela notava que o coração e a respiração de ambos
ficavam agitados quando estavam no mesmo local, na presença um do outro.
Os
dois ficaram namorando por um bom tempo, até que Márcio fala:
—
Já é tarde, acho que devemos ir dormir.
—
Sim eu também acho. — Responde Monique
—
Amanhã eu limpo essa sujeira.
Os
dois se dirigem para dentro da casa. A ruiva tateia a parede até parar em
frente ao quarto de casal. Ela abre a porta, entra no cômodo e senta-se na
cama:
—
Passe a noite comigo Márcio. — Fala ela manhosamente o convidando-o
—
Tem certeza disso Monique? — Pergunta Márcio.
—
Sempre quis isso! — Diz Monique convicta.
Márcio
fecha a porta, e o casal consuma ardentemente seu amor naquela madrugada de
outubro.