Márcio espera sua irmã sair do quarto no apartamento onde sua família mora. Ela demora um bom tempo se arrumando. O rapaz é bem paciente. Patricia sai do quarto vestindo a mesma roupa que tinha escolhido para o jantar na casa de Beto, que não aconteceu por causa do acidente.
Pati está lindíssima, e todos na sala do apartamento sinalizam para ela que está muito bonita, e ela agradece a todos pelo elogio:
— Como os meus dois filhos estão lindos! — Dispara Luciana.
— É verdade! — Complementa Carla.
As duas já estão casadas há oito anos. Elas são duas mulheres negras lindíssimas. Carla é um pouco mais alta que Pati e tem olhos felinos penetrantes. Luciana é praticamente igual à filha mais velha, só que um pouco mais baixa. Aquele belo casal vivia em uma harmonia de dar inveja a qualquer um:
— Divirtam-se e juízo! — Recomenda a mãe de Márcio e Pati.
No restaurante, os irmãos encontram Beto, Pedro, Bibi e Monique os esperando sentados à mesa:
— Chegou o outro aniversariante. — Fala Pedrinho sorrindo.
Todos se cumprimentam:
— A Rafa e a Leca vão vir? — pergunta Márcio.
— A Leca não vem. Mas a Rafa e Bê logo estão aí. — Responde Pedro.
As duas aparecem de mãos dadas logo que o rapaz termina de falar, se sentam junto aos outros, e todos resolvem fazer seus pedidos, chamando o garçom.
Quando o garçom está anotando os pedidos, um homem caucasiano, musculoso e de meia-idade, com uma camiseta escrita homem tradicional, comenta:
— Antigamente este estabelecimento era mais bem frequentado. Não atendia preto e viado! — Fala o homem olhando para mesa.
Márcio, Rafa e Bê se levantam em direção a esse homem, mas seus amigos o seguram. O garçom corre para chamar a segurança. O preconceituoso cerra os punhos e chama os outros para briga. Um outro rapaz mais novo com mesmo seu biotipo venho tirar satisfação pelo provocador. Dois seguranças chegam no local para intervir:
— Solicito que saiam do estabelecimento. — Ordena um deles, olhando para os jovens.
— Quem, nós? — pergunta Beto.
— Sim, por favor desocupem a mesa. Pois esse é um estabelecimento familiar e certas atitudes não são bem-vistas. — Explica o segurança o inexplicável.
— Nós que não voltamos mais essa espelunca! — Esbraveja Bibi.
Todos saem do local furiosos e tristes pelo que passaram. O que provocou a briga fica comemorando sua “vitória” e a liberdade que tem em ser preconceituoso.
Na rua, Pedro faz um convite:
— Vamos lá para meu cafofo. Eu faço alguma coisa para nós não passarmos essa noite sem comemorarmos
— A tua mãe não vai reclamar? — Pergunta Márcio.
— Não! O pai não vai deixar a mãe fazer nada contra ninguém.
Todos chegam com alguns suprimentos e bebidas ao cafofo. Rafa, Bê, Bibi, Pedro, Márcio e Monique se deslocam para a cozinha para começar a fazer o jantar, deixando Beto e Pati sozinhos.
Eles começam a conversar entre si por meio de sinais. Patricia confessa que sempre foi apaixonada por Alberto. Ele diz que sente o mesmo por ela. Beto acaricia o rosto de Pati, ela fecha os olhos, e eles se beijam de forma ardente.
Márcio espia os dois, corre para cozinha e sussurra:
— Deu certo!
Todos os presentes dão um grito como estivessem comemorando um gol.
Na sala Beto para um momento o que está fazendo após a gritaria, dá um sorriso e segue com os beijos e caricias em sua amada.