Três meses se passaram desde a morte de Bibi. Márcio, Pati, Carla e Luciana estão dentro do Uno a caminho do aeroclube para a última despedida de Bianca. As cinzas da vítima de Ricardo serão jogadas do céu sobre uma praia de água doce próxima ao sítio onde a família morava antigamente.
Márcio reconhece, ao passar em frente a um hospital, Isabel em uma cadeira de rodas sendo empurrada por um homem de meia-idade que parece ser seu pai. Ele soube que ela perdeu o filho que esperava e ficou paraplégica. Aquele monstro do Ricardo causou muito estrago antes de morrer.
Ao chegar no Hangar dos Santos, a família de Márcio encontra Seu Roberto, Dona Leonora, Beto, Seu Júlio César, Dona Maria, Rafa, Monique e Pedro, que os esperam para iniciar a cerimônia.
Todos se abraçam, e o sentimento de tristeza toma conta do local.
Muita coisa mudou.
Maria aceitou Márcio como namorado de Monique. Ela também aceitou a sexualidade de sua filha Rafa e sua namorada.
Júlio César está mais sério e sem vontade de reunir os amigos no sítio como sempre fazia.
Dona Leonora deixou de pintar definitivamente. Fechou para sempre seu ateliê.
Seu Roberto não saiu mais em viagem como piloto.
Beto quer voltar a estudar e se formar em administração.
Pati e Monique estão muito tristes, sentindo falta da amiga. Márcio tenta dar todo o apoio necessário a elas.
Rafaela se aproximou mais da família, assim como sua namorada Beatriz, e dão todo apoio a Pedrinho para suportar tal perda.
Márcio tenta se acostumar como pode, tentando dar o apoio possível a todos. Mas ninguém consegue reverter a morte.
Pedro é o que mais mudou. Aquele guri alegre que vivia brincando com todos não existe mais. Agora temos um homem sério, de semblante triste, como se sua alma estivesse mergulhada em uma profunda escuridão.
Um rapaz se aproxima dos presentes:
— O helicóptero está pronto, Comandante Santos. — Avisa o homem com uniforme de piloto.
Dona Leonora está com a urna onde estão as cinzas de Bibi nas mãos:
— Quer fazer a honra de jogar as cinzas de nossa menina? — pergunta Leonora para Pedro.
— Faço questão, Dona Leonora. — Responde Pedro em um tom triste, tomando a urna em suas mãos.
Dona Leonora, Seu Roberto, Beto e Pedro embarcam no helicóptero Esquilo, que levanta aos céus em um instante.
Márcio abraça Monique e Patrícia, olhando para aquele céu de brigadeiro. Lágrimas correm de seus rostos.
Bibi, quando era criança, disse uma vez a Pedrinho que queria ter asas para voar. Agora, sua alma voa livre sobre o céu por toda eternidade.
FIM