Seu
Júlio está arrumando a mesa do café, pois domingo é o dia em que a família
consegue fazer uma refeição com todos reunidos. Monique entra na cozinha, e seu
pai a ajuda a se sentar à mesa:
—
A mãe não está na cozinha? — percebe Monique.
—
Ela foi lá na outra casa chamar o Pedrinho. — Responde Júlio César.
Monique
pensa que sua mãe, com a mania de entrar naquela casa sem bater, terá hoje uma
grande surpresa.
Dona
Maria entra na cozinha ruborizada:
—
Coloquem mais uma xicara que temos visita! — Diz a dona da casa, meio
envergonhada.
Logo
entra Pedrinho e Bibi de mãos dadas. Seu Júlio vê os dois juntos e dispara:
—
Olha só, o foguinho cumpriu o que prometeu quando era criança.
Foguinho
é como o pai chama carinhosamente o filho. Ele dizia para seu pai e seu Roberto
que, quando crescesse, ia namorar e casar com a Bibi. Dona Maria não gosta
desse apelido:
—
Bom dia seu Júlio. — Diz Bianca sentando-se a mesa.
—
Venho cedo para ver meu filho? — Pergunta Seu Júlio.
—
Ela dormiu na casa pequena. — Intromete-se Maria, em tom bravo e pouco
amigável.
Dona
Maria tem a mania de abrir o cafofo do Pedro sem bater ou avisar. Dessa vez,
encontrou o filho consumando sua paixão por Bibi, o que deixou a mãe de Monique
muito envergonhada. Pedro faz uma gracinha para quebrar o clima:
—
Não se preocupa mãe. Não se preocupa pai. Nós tivemos bastante juízo no que
fizemos durante a noite. — Fala Pedro rindo.
Todos
começam a tomar café em silêncio. Seu Júlio tenta quebrar o gelo do clima que
se criou:
—
Vai almoçar conosco não é Bianca?
—
Sim, se não for incomodo algum.
—
Não é! Tu é namorada do meu filho e te vi crescer. Agora tu faz parte da nossa
família.
—
Vou ter que avisar lá em casa.
—
Convida teus pais e teu irmão com sua nova namorada. — O homem vira-se para sua
filha. — Monique convida o Márcio e as mães dele também.
Dona
Maria esboça uma fala de protesto, mas seu Júlio interrompe:
—
Já chamei a Rafaela e a namorada. Quero toda família e amigos reunidos.
No
almoço, todos que seu Júlio convidou estavam presentes. Ele adorou ver a casa
cheia de gente. Dona Maria não gostava muito dessa atitude do marido, mais
extrovertido, igual ao filho. Ela cumprimentou seu genro e sua outra nora de
forma muito fria, diferente do que foi com a Bibi, a quem fazia questão de
paparicar e abraçar.
Após
todos comerem, beberem e confraternizarem, Júlio inicia um discurso:
—
Quero agradecer a presença de todos. Fico muito feliz que nossas famílias estão
se tornando na verdade uma grande família. Por isso em convido a todos
comemorarmos o Natal desde ano aqui no meu sítio. Um brinde a essa grande
família!
Todos
brindam entre si e comemoram por serem uma grande família. A felicidade agora
toma conta daquelas vidas.