Sou mordomo:
Faço o que a função comporta:
Conquisto confiança que forjou as chaves
Com as quais solenemente abrirei suas portas.
Dever de ofício também nisto:
Mando, obedeço
Me faço bem quisto
Estando aqui mais pra ser sentido do que visto.
4 paredes:
Meu papel anunciado
É fazer de todas elas o lado
Igualado
No melhor estado
Adaptado
Quente e abafado
Por saber que fora de você
Todo horizonte é congelado
Prefiro estar suado
Como que pelo orvalho vaporizado
Mas sim, tenho calma
Sei quando e como você transforma sala em sauna.
Subo
e desço
As suas escadas
Não caio
Por conhecer de memória suas infiltrações
Sei de cada poça
Formada pelas minhas visitações
E as seco:
Com rodos, línguas e rotações.
Mas sempre respeitando a necessidade
De manter as lembranças dessa umidade
Nas mais secretas acomodações.
Dormir aqui e agora
Tem mais a ver com saciedade
Gostar do cenário: uma obviedade
E tuas janelas,
Lustro até que possam brilhar.
Retiro as cortinas
É uma ordem,
Mas também um favor feito pras minhas retinas:
É a vista que me provoca,
Evoca,
Deixa a pista:
Teu dentro,
Meu favorito lugar,
De onde posso localizar
Lindas colinas.
Cuidado com suas paredes,
Teto
Chão?
Trabalho por esse afeto
Funcionário discreto
Desse processo de reconstrução,
Ampliação
Do melhor casarão
Grande, mas restrito
Apenas ao mais respeitoso rito
De autorizada visitação.
Enquanto isso
Sigo severo em te ceder os meus serviços
Te preencher dos modos mais inteiriços.
Fazer um lar
Mais do que um abrigo
É o que persigo:
Ocupar e na’morar
Consigo?
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