E no primeiro verso que escrevo pensando em sarongue,
O traço do desconhecimento só consegue reconhecer
A palavra e a roupa manchadas de sangue.
Ao mesmo tempo sigo lidando com o fato de que, pra lá
do meridiano,
Terá sido privilégio se souber de algo em nÃvel ao menos
mediano.
Enquanto a rima insiste no dever de amar Myanmar,
Mesmo sem toda certeza de onde no mapa posso esse
ponto encontrar,
Nem minha analista me deixa esquecer:
Território se define no exercÃcio do poder,
Principalmente ao perceber o pagamento e o preço
De entender que quando o corpo tomba
Nada relevante é se apegar ao endereço.
As posses
Razões primeiras de cada gota vermelha nas poças,
Que já foi, é, será e seria
Poesia um dia,
Tão universal e pessoal como qualquer uma das nossas.
Eu nunca vou escrever naquele alfabeto:
Um limite por mim livremente aceito,
Pra lançar mão do mais poliglota dialeto,
Ainda que a pedagogia do pavor insista em fuzilar seja
qual afeto,
Torturando o próprio massacre até que ele confesse se
chamar “respeitoâ€,
Assumo como fenômeno muito mais raro, comparado Ã
aparência recorrente quando vedam a história,
Que vontade de reviravolta consinta marchar no passo
vaidoso da glória,
(Coisa de quem evita o caminho pra preservar o lustrado
da bota),
Não é esse tipo de gratidão graduada que minha
expressão denota:
Elabora labuta indignada,
Nem indigna,
Nem idiota,
Que respira cada vez quando descobre
Mudança e pulsação, acomodando em comum, toda
coordenada pro seu centro,
Luta por transformação
Que nasce e sempre volta
Praquele lugar que teima em fazer vida circular
Posicionado do peito pra dentro.
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