Conforme caminhava, com sua trupe sempre a seu redor seguindo aonde quer que fosse, começou a perceber que a névoa a seu redor ficava mais fina, como se vê ao lado da estrada quando o dia começa a ficar quente. Â
À distância, via um brilho esverdeado que pensou ser coisa de sua cabeça. Estava muito longe, ainda tinham muito que caminhar, sua intuição dizia que aquela era sua direção. No meio da neblina todos os lados pareciam iguais, a luz verde parecia uma direção boa para seguir, ao menos tinha alguma coisa lá adiante em que mirar.Â
O cansaço já era quase insuportável. As pernas pareciam de chumbo em chamas e as pálpebras pesavam como se tivesse coisas pregadas nelas, puxando para baixo. Seria capaz de dormir em pé, se houvesse qualquer lugar onde se escorar.Â
Respirou duas ou três vezes tentando colocar uma boa porção de oxigênio no cérebro. Precisava continuar, de qualquer jeito tinha que continuar. Quando chegasse (aonde mesmo que chegaria?) Poderia descansar um pouco, no momento, sentia que a pequena multidão que o acompanhava dependia apenas dele, que esperavam algo grande acontecer. Afastou o pensamento com um pouco de medo pois era melhor que ninguém esperasse coisas grandes dele, não tinha sido feito para coisas grandes.Â